sexta-feira, 29 de maio de 2009

NEUROIMAGEM E NEUROPSICOLOGIA

[NEUROIMAGEM+.jpeg][NEUROIMAGEM.jpeg]INTRODUÇÃO


Os estudos de neuroimagem constituem um dos recursos científicos de investigação diagnóstica complementar, que podem ser associados ao processo de avaliação psicológica e neuropsicológica, visando o esclarecimento diagnóstico de certeza e condutas terapêuticas adequadas na área da saúde mental.


AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E SAÚDE MENTAL


Para descrever e classificar o comportamento do indivíduo visando enquadrá-lo dentro de alguma tipologia, que permita ao sujeito tirar conclusões sobre os outros e saber como ele deve se comportar e agir, realizamos avaliação através de métodos e técnicas diversas (Pasquali, 2001).
Anteriormente a avaliação psicológica estava restrita ao uso de testes psicológicos tradicionais. Mais recentemente tal avaliação utiliza técnicas projetivas e objetivas, ampliando a compreensão do funcionamento psíquico e da personalidade (Formiga e col., 2000).
Na área clínica citamos o psicodiagnóstico como “um processo científico, limitado no tempo, que utiliza métodos e técnicas psicológicas (“input”), em nível individual ou não, entendendo os problemas, à luz dos princípios teóricos, identificando e avaliando aspectos específicos, classificando o caso e prevendo seu curso possível, para comunicar resultado (“output”)” (Cunha e cols., 1993).
As avaliações tendem a ser subjetivas, e encontramos grupos de sintomas similares em diferentes quadros mentais, além da complexidade para distinguir aspectos decorrentes de limitações cognitivas pré-existentes, daquelas acarretadas pela deterioração mental presente em algumas patologias psiquiátricas. Num contexto hospitalar psiquiátrico ou de saúde mental, a avaliação psicológica engloba áreas de investigação da personalidade e aspectos neuropsicológicos, envolvendo os processos cognitivos subjacentes.


AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


Na área da saúde mental, a avaliação neuropsicológica visa identificar distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, desencadeando respostas comportamentais, abrangendo objetivos como o diagnóstico diferencial, a identificação do comprometimento das funções cognitivas e a avaliação do grau de deterioração apresentada pelo portador de doença mental.
Neto e cols. (2003) referem o uso de testes para a avaliação geral de inteligência, com as Escalas Weschler, que possibilitam a obtenção de três medidas: quociente intelectual total (nível geral da capacidade cognitiva e de adaptação do indivíduo), quociente verbal e de execução, que representam as modalidades de raciocínio e expressão de caracteres verbais e não-verbais. O Conselho Federal de Psicologia emitiu parecer favorável para a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC III) (indicado para avaliação intelectual de pessoas na faixa etária entre 6 e 16 anos) e para a Escala Wechsler para Adultos (WAIS III). Outros testes também permitem a mensuração de níveis de inteligência, como o BPR-5, R1, G-36, sendo que os dois últimos testes são utilizados para a avaliação não-verbal da inteligência e também para pessoas com baixo nível de escolaridade. Testes específicos de atenção e concentração, como o teste D-2, avaliam outras funções cognitivas.
O digit span está sendo empregado na avaliação neuropsicológica dos casos suspeitos de demências, no qual são verbalizados ao paciente vários números (ou palavras), e após alguns segundos, solicitado que os repita (Izquierdo, 2002). Outra técnica usada na investigação das funções intelectivas, também nos quadros demenciais, é a Escala de Avaliação Cognitiva Mini-Mental (Mini Exame do Estado Mental- MMSE) (Lourenço, 2002). Citamos ainda outros instrumentos diagnósticos: a Avaliação das atividades de vida diária (AVD)- Índice de Katz, que mede a capacidade e prejuízo funcional nas atividades do dia-a-dia (Gallo at al, 1995); e RMBPC- Revised Memory and Behavior Problems Checklist para investigação de memória e comportamento (Teri at al,1992).
A cognição ocupa posição de destaque na investigação neuropsicológica, e está relacionada com a capacidade que possuímos para obter a aquisição do conhecimento; estando associada ao conceito de inteligência (Melo, 1979), A cognição compreende mecanismos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando sua interpretação, classificação e organização (Abrahão, 2001).
Nos casos de transtornos psiquiátrico é necessário complementar a abordagem clínica do caso com outras técnicas de investigação. A deterioração intelectual corresponde a um estado de modificação global das funções superiores ocasionando condutas desadaptativas, podendo ser transitória ( por horas ou dias) ou irreversível (nos quadros demenciais), com empobrecimento lingüístico e disfunções na memória e orientação (Barbizet at al, 1985).


MÉTODOS E RESULTADOS EM NEUROIMAGEM


Os estudos de neuroimagem, com técnicas que avançam progressivamente, permitiram conhecimento de circuitos cerebrais responsáveis por distintas operações da cognição humana. A localização de algumas funções cerebrais ajuda a correlacionar funções cognitivas com estruturas mentais. Algumas dessas técnicas permitem visualizar a estrutura e o funcionamento cerebral, o fluxo sanguíneo, metabolismo, composição química e densidade de receptores cerebrais em seres vivos; com descoberta, por exemplo, de substrato neural das doenças mentais como a esquizofrenia (Ferreira, 2006). Desta forma, tais estudos possibilitam conhecimentos da fisiologia e neuroquímica do cérebro, auxiliando na compreensão da base biológica dos distúrbios psiquiátricos.
Os exames de neuroimagem excluem patologias com sintomas semelhantes aos de alguns transtornos psiquiátricos, como tumores e lesões isquêmicas; e permitem o estudo da morfologia e da fisiologia do encéfalo, pesquisando alterações estruturais ou funcionais dos referidos transtornos.
Sassi e Soares (2001) expõem estudos atuais que se baseiam na utilização de tecnologia que investiga o cérebro em relação a sua estrutura anatômica A Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo investigam a estrutura anatômica do cérebro, e o PET– Tomografia por Emissão de Pósitrons ou SPECT– Tomografia por Emissão de Fóton Único estudam a fisiologia cerebral; destacando a Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo por estar isenta de radiação ionizante, gerando imagens de alta resolução anatômica, e propiciando medidas volumétricas mais acuradas de estruturas do sistema nervoso central.
As sutilezas das alterações cerebrais ou as limitações dos estudos de neuroimagem ainda dificultam uma melhor compreensão sobre os transtornos mentais. O hipocampo, por exemplo, é uma estrutura cerebral relacionada à memória, que pode estar atrofiado, o que também pode ser visto em casos de estresse pós-traumático e estágios finais do Mal de Alzheimer.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Segundo Vieira e cols. (2007) os exames de neuroimagem evoluem com grandes avanços em suas técnicas e resolutividade, no entanto, para as avaliações psicológicas no campo da saúde mental, ainda são pouco utilizados. Tem relevante importância a integração da avaliação psicológica com os estudos de neuroimagem, com o objetivo do esclarecimento diagnóstico e condutas terapêuticas mais adequadas para cada caso clínico, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Faz-se primordial a formação e capacitação permanente de profissionais de Psicologia nesta área de estudo.
Na formação dos profissionais de Psicologia é de fundamental importância a ênfase da associação entre os conhecimentos gerados pela avaliação clínica psicológica tradicional, citando Pasquali (2001), aos crescentes avanços dos conhecimentos clínicos e em pesquisa das diversas técnicas dos estudos de Neuroimagem, conforme Sassi e Soares (2001). Numa visão mais recente, a Psicologia está inserida no corpo clínico e de pesquisa em centros avançados de reabilitação por todo o mundo, com ênfase em Neuropsicologia, e sua importância clínico-científica, que resulta no objetivo principal de todo cuidado à saúde mental, expressa na qualidade de vida do nosso paciente.


REFERÊNCIAS

Abrahão, J. I. (2001). Síntese sobre cognição. Em Anais do I Congresso sobre saúde e trabalho, Brasília, DF.
Barbizet, J., & Duizabo, P. (1985). Manual de neuropsicologia. Porto Alegre: Artes Médicas.
Conselho Federal de Psicologia (2004). Resolução nº 002/2003 &– Define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP n° 025/2001. Disponível: Acessado: 28/07/2004.
Cunha, J. A., Freitas, N. K., & Raymundo, M. G. B. (1993). Psicodiagnóstico &– R. Porto Alegre: Artes Médicas.
Ferreira, E. E. S. (2006). Alterações ocupacionais e sociais em pacientes com esquizofrenia: Relação com perfis metabólicos nos circuitos fronto-tálamo-estriatais à ressonância magnética espectroscópica. Dissertação de mestrado não-publicada. Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde: Neurociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.
Formiga, N. S., & Mello, I. (2000). Testes psicológicos e técnicas projetivas: Uma integração para um desenvolvimento da interação interpretativa indivíduo-psicólogo. Psicologia: Ciência e Profissão, 20, 8-11.
Gallo, J. J., Reichel, W., & Andersen, L. M. (1995). Handbook of geriatric assessment. Aspen Publishers, Gaithesburg, Maryland.
Izquierdo, I. (2002). Memória. Porto Alegre: Artmed.
Melo, L. N. (1979). Psiquiatria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Lourenço, R. A. (2002). Validação do Miniexame do Estado Mental em uma unidade ambulatorial de saúde. Tese de Doutorado. Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ. Disponível: Acessado: 29/07/2004.
Neto, A. C., Gauer, G. C., & Furtado, N. R. (2003). Psiquiatria para estudantes de medicina. Porto Alegre: Edipucrs.
Neto, M. R. L., Motta, T., Wang, Y., &, Elkis, H. (1995). Psiquiatria básica. Porto Alegre: Artes Médicas.
Pasquali. L. (2001). Técnicas de exame psicológico. São Paulo: Casa do Psicólogo/ CFP.
Sassi, R. B., & Soares, J. C. (2001). Ressonância magnética estrutural nos transtornos afetivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 23, 11-14.
Teri, L. T. P., Longston, R., Uomoto, J., Zarit, S., & Vitaliano, P. P. (1992). Assessment on behavioral problems in dementia: The revised memory and behavior problems Checklist-Psychology and Aging, 7, 622-631.
Vieira, C., Fay, E. S. M., Silva, L. N. (2007). Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos em neuroimagem: novas perspectivas em saúde mental. Aletheia, n.26, p. 181-195.
INTRODUÇÃO


Os estudos de neuroimagem constituem um dos recursos científicos de investigação diagnóstica complementar, que podem ser associados ao processo de avaliação psicológica e neuropsicológica, visando o esclarecimento diagnóstico de certeza e condutas terapêuticas adequadas na área da saúde mental.


AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E SAÚDE MENTAL


Para descrever e classificar o comportamento do indivíduo visando enquadrá-lo dentro de alguma tipologia, que permita ao sujeito tirar conclusões sobre os outros e saber como ele deve se comportar e agir, realizamos avaliação através de métodos e técnicas diversas (Pasquali, 2001).
Anteriormente a avaliação psicológica estava restrita ao uso de testes psicológicos tradicionais. Mais recentemente tal avaliação utiliza técnicas projetivas e objetivas, ampliando a compreensão do funcionamento psíquico e da personalidade (Formiga e col., 2000).
Na área clínica citamos o psicodiagnóstico como “um processo científico, limitado no tempo, que utiliza métodos e técnicas psicológicas (“input”), em nível individual ou não, entendendo os problemas, à luz dos princípios teóricos, identificando e avaliando aspectos específicos, classificando o caso e prevendo seu curso possível, para comunicar resultado (“output”)” (Cunha e cols., 1993).
As avaliações tendem a ser subjetivas, e encontramos grupos de sintomas similares em diferentes quadros mentais, além da complexidade para distinguir aspectos decorrentes de limitações cognitivas pré-existentes, daquelas acarretadas pela deterioração mental presente em algumas patologias psiquiátricas. Num contexto hospitalar psiquiátrico ou de saúde mental, a avaliação psicológica engloba áreas de investigação da personalidade e aspectos neuropsicológicos, envolvendo os processos cognitivos subjacentes.


AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


Na área da saúde mental, a avaliação neuropsicológica visa identificar distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, desencadeando respostas comportamentais, abrangendo objetivos como o diagnóstico diferencial, a identificação do comprometimento das funções cognitivas e a avaliação do grau de deterioração apresentada pelo portador de doença mental.
Neto e cols. (2003) referem o uso de testes para a avaliação geral de inteligência, com as Escalas Weschler, que possibilitam a obtenção de três medidas: quociente intelectual total (nível geral da capacidade cognitiva e de adaptação do indivíduo), quociente verbal e de execução, que representam as modalidades de raciocínio e expressão de caracteres verbais e não-verbais. O Conselho Federal de Psicologia emitiu parecer favorável para a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC III) (indicado para avaliação intelectual de pessoas na faixa etária entre 6 e 16 anos) e para a Escala Wechsler para Adultos (WAIS III). Outros testes também permitem a mensuração de níveis de inteligência, como o BPR-5, R1, G-36, sendo que os dois últimos testes são utilizados para a avaliação não-verbal da inteligência e também para pessoas com baixo nível de escolaridade. Testes específicos de atenção e concentração, como o teste D-2, avaliam outras funções cognitivas.
O digit span está sendo empregado na avaliação neuropsicológica dos casos suspeitos de demências, no qual são verbalizados ao paciente vários números (ou palavras), e após alguns segundos, solicitado que os repita (Izquierdo, 2002). Outra técnica usada na investigação das funções intelectivas, também nos quadros demenciais, é a Escala de Avaliação Cognitiva Mini-Mental (Mini Exame do Estado Mental- MMSE) (Lourenço, 2002). Citamos ainda outros instrumentos diagnósticos: a Avaliação das atividades de vida diária (AVD)- Índice de Katz, que mede a capacidade e prejuízo funcional nas atividades do dia-a-dia (Gallo at al, 1995); e RMBPC- Revised Memory and Behavior Problems Checklist para investigação de memória e comportamento (Teri at al,1992).
A cognição ocupa posição de destaque na investigação neuropsicológica, e está relacionada com a capacidade que possuímos para obter a aquisição do conhecimento; estando associada ao conceito de inteligência (Melo, 1979), A cognição compreende mecanismos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando sua interpretação, classificação e organização (Abrahão, 2001).
Nos casos de transtornos psiquiátrico é necessário complementar a abordagem clínica do caso com outras técnicas de investigação. A deterioração intelectual corresponde a um estado de modificação global das funções superiores ocasionando condutas desadaptativas, podendo ser transitória ( por horas ou dias) ou irreversível (nos quadros demenciais), com empobrecimento lingüístico e disfunções na memória e orientação (Barbizet at al, 1985).


MÉTODOS E RESULTADOS EM NEUROIMAGEM


Os estudos de neuroimagem, com técnicas que avançam progressivamente, permitiram conhecimento de circuitos cerebrais responsáveis por distintas operações da cognição humana. A localização de algumas funções cerebrais ajuda a correlacionar funções cognitivas com estruturas mentais. Algumas dessas técnicas permitem visualizar a estrutura e o funcionamento cerebral, o fluxo sanguíneo, metabolismo, composição química e densidade de receptores cerebrais em seres vivos; com descoberta, por exemplo, de substrato neural das doenças mentais como a esquizofrenia (Ferreira, 2006). Desta forma, tais estudos possibilitam conhecimentos da fisiologia e neuroquímica do cérebro, auxiliando na compreensão da base biológica dos distúrbios psiquiátricos.
Os exames de neuroimagem excluem patologias com sintomas semelhantes aos de alguns transtornos psiquiátricos, como tumores e lesões isquêmicas; e permitem o estudo da morfologia e da fisiologia do encéfalo, pesquisando alterações estruturais ou funcionais dos referidos transtornos.
Sassi e Soares (2001) expõem estudos atuais que se baseiam na utilização de tecnologia que investiga o cérebro em relação a sua estrutura anatômica A Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo investigam a estrutura anatômica do cérebro, e o PET– Tomografia por Emissão de Pósitrons ou SPECT– Tomografia por Emissão de Fóton Único estudam a fisiologia cerebral; destacando a Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo por estar isenta de radiação ionizante, gerando imagens de alta resolução anatômica, e propiciando medidas volumétricas mais acuradas de estruturas do sistema nervoso central.
As sutilezas das alterações cerebrais ou as limitações dos estudos de neuroimagem ainda dificultam uma melhor compreensão sobre os transtornos mentais. O hipocampo, por exemplo, é uma estrutura cerebral relacionada à memória, que pode estar atrofiado, o que também pode ser visto em casos de estresse pós-traumático e estágios finais do Mal de Alzheimer.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Segundo Vieira e cols. (2007) os exames de neuroimagem evoluem com grandes avanços em suas técnicas e resolutividade, no entanto, para as avaliações psicológicas no campo da saúde mental, ainda são pouco utilizados. Tem relevante importância a integração da avaliação psicológica com os estudos de neuroimagem, com o objetivo do esclarecimento diagnóstico e condutas terapêuticas mais adequadas para cada caso clínico, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Faz-se primordial a formação e capacitação permanente de profissionais de Psicologia nesta área de estudo.
Na formação dos profissionais de Psicologia é de fundamental importância a ênfase da associação entre os conhecimentos gerados pela avaliação clínica psicológica tradicional, citando Pasquali (2001), aos crescentes avanços dos conhecimentos clínicos e em pesquisa das diversas técnicas dos estudos de Neuroimagem, conforme Sassi e Soares (2001). Numa visão mais recente, a Psicologia está inserida no corpo clínico e de pesquisa em centros avançados de reabilitação por todo o mundo, com ênfase em Neuropsicologia, e sua importância clínico-científica, que resulta no objetivo principal de todo cuidado à saúde mental, expressa na qualidade de vida do nosso paciente.


REFERÊNCIAS

Abrahão, J. I. (2001). Síntese sobre cognição. Em Anais do I Congresso sobre saúde e trabalho, Brasília, DF.
Barbizet, J., & Duizabo, P. (1985). Manual de neuropsicologia. Porto Alegre: Artes Médicas.
Conselho Federal de Psicologia (2004). Resolução nº 002/2003 &– Define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP n° 025/2001. Disponível: Acessado: 28/07/2004.
Cunha, J. A., Freitas, N. K., & Raymundo, M. G. B. (1993). Psicodiagnóstico &– R. Porto Alegre: Artes Médicas.
Ferreira, E. E. S. (2006). Alterações ocupacionais e sociais em pacientes com esquizofrenia: Relação com perfis metabólicos nos circuitos fronto-tálamo-estriatais à ressonância magnética espectroscópica. Dissertação de mestrado não-publicada. Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde: Neurociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.
Formiga, N. S., & Mello, I. (2000). Testes psicológicos e técnicas projetivas: Uma integração para um desenvolvimento da interação interpretativa indivíduo-psicólogo. Psicologia: Ciência e Profissão, 20, 8-11.
Gallo, J. J., Reichel, W., & Andersen, L. M. (1995). Handbook of geriatric assessment. Aspen Publishers, Gaithesburg, Maryland.
Izquierdo, I. (2002). Memória. Porto Alegre: Artmed.
Melo, L. N. (1979). Psiquiatria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Lourenço, R. A. (2002). Validação do Miniexame do Estado Mental em uma unidade ambulatorial de saúde. Tese de Doutorado. Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ. Disponível: Acessado: 29/07/2004.
Neto, A. C., Gauer, G. C., & Furtado, N. R. (2003). Psiquiatria para estudantes de medicina. Porto Alegre: Edipucrs.
Neto, M. R. L., Motta, T., Wang, Y., &, Elkis, H. (1995). Psiquiatria básica. Porto Alegre: Artes Médicas.
Pasquali. L. (2001). Técnicas de exame psicológico. São Paulo: Casa do Psicólogo/ CFP.
Sassi, R. B., & Soares, J. C. (2001). Ressonância magnética estrutural nos transtornos afetivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 23, 11-14.
Teri, L. T. P., Longston, R., Uomoto, J., Zarit, S., & Vitaliano, P. P. (1992). Assessment on behavioral problems in dementia: The revised memory and behavior problems Checklist-Psychology and Aging, 7, 622-631.
Vieira, C., Fay, E. S. M., Silva, L. N. (2007). Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos em neuroimagem: novas perspectivas em saúde mental. Aletheia, n.26, p. 181-195.
INTRODUÇÃO


Os estudos de neuroimagem constituem um dos recursos científicos de investigação diagnóstica complementar, que podem ser associados ao processo de avaliação psicológica e neuropsicológica, visando o esclarecimento diagnóstico de certeza e condutas terapêuticas adequadas na área da saúde mental.


AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E SAÚDE MENTAL


Para descrever e classificar o comportamento do indivíduo visando enquadrá-lo dentro de alguma tipologia, que permita ao sujeito tirar conclusões sobre os outros e saber como ele deve se comportar e agir, realizamos avaliação através de métodos e técnicas diversas (Pasquali, 2001).
Anteriormente a avaliação psicológica estava restrita ao uso de testes psicológicos tradicionais. Mais recentemente tal avaliação utiliza técnicas projetivas e objetivas, ampliando a compreensão do funcionamento psíquico e da personalidade (Formiga e col., 2000).
Na área clínica citamos o psicodiagnóstico como “um processo científico, limitado no tempo, que utiliza métodos e técnicas psicológicas (“input”), em nível individual ou não, entendendo os problemas, à luz dos princípios teóricos, identificando e avaliando aspectos específicos, classificando o caso e prevendo seu curso possível, para comunicar resultado (“output”)” (Cunha e cols., 1993).
As avaliações tendem a ser subjetivas, e encontramos grupos de sintomas similares em diferentes quadros mentais, além da complexidade para distinguir aspectos decorrentes de limitações cognitivas pré-existentes, daquelas acarretadas pela deterioração mental presente em algumas patologias psiquiátricas. Num contexto hospitalar psiquiátrico ou de saúde mental, a avaliação psicológica engloba áreas de investigação da personalidade e aspectos neuropsicológicos, envolvendo os processos cognitivos subjacentes.


AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


Na área da saúde mental, a avaliação neuropsicológica visa identificar distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, desencadeando respostas comportamentais, abrangendo objetivos como o diagnóstico diferencial, a identificação do comprometimento das funções cognitivas e a avaliação do grau de deterioração apresentada pelo portador de doença mental.
Neto e cols. (2003) referem o uso de testes para a avaliação geral de inteligência, com as Escalas Weschler, que possibilitam a obtenção de três medidas: quociente intelectual total (nível geral da capacidade cognitiva e de adaptação do indivíduo), quociente verbal e de execução, que representam as modalidades de raciocínio e expressão de caracteres verbais e não-verbais. O Conselho Federal de Psicologia emitiu parecer favorável para a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC III) (indicado para avaliação intelectual de pessoas na faixa etária entre 6 e 16 anos) e para a Escala Wechsler para Adultos (WAIS III). Outros testes também permitem a mensuração de níveis de inteligência, como o BPR-5, R1, G-36, sendo que os dois últimos testes são utilizados para a avaliação não-verbal da inteligência e também para pessoas com baixo nível de escolaridade. Testes específicos de atenção e concentração, como o teste D-2, avaliam outras funções cognitivas.
O digit span está sendo empregado na avaliação neuropsicológica dos casos suspeitos de demências, no qual são verbalizados ao paciente vários números (ou palavras), e após alguns segundos, solicitado que os repita (Izquierdo, 2002). Outra técnica usada na investigação das funções intelectivas, também nos quadros demenciais, é a Escala de Avaliação Cognitiva Mini-Mental (Mini Exame do Estado Mental- MMSE) (Lourenço, 2002). Citamos ainda outros instrumentos diagnósticos: a Avaliação das atividades de vida diária (AVD)- Índice de Katz, que mede a capacidade e prejuízo funcional nas atividades do dia-a-dia (Gallo at al, 1995); e RMBPC- Revised Memory and Behavior Problems Checklist para investigação de memória e comportamento (Teri at al,1992).
A cognição ocupa posição de destaque na investigação neuropsicológica, e está relacionada com a capacidade que possuímos para obter a aquisição do conhecimento; estando associada ao conceito de inteligência (Melo, 1979), A cognição compreende mecanismos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando sua interpretação, classificação e organização (Abrahão, 2001).
Nos casos de transtornos psiquiátrico é necessário complementar a abordagem clínica do caso com outras técnicas de investigação. A deterioração intelectual corresponde a um estado de modificação global das funções superiores ocasionando condutas desadaptativas, podendo ser transitória ( por horas ou dias) ou irreversível (nos quadros demenciais), com empobrecimento lingüístico e disfunções na memória e orientação (Barbizet at al, 1985).


MÉTODOS E RESULTADOS EM NEUROIMAGEM


Os estudos de neuroimagem, com técnicas que avançam progressivamente, permitiram conhecimento de circuitos cerebrais responsáveis por distintas operações da cognição humana. A localização de algumas funções cerebrais ajuda a correlacionar funções cognitivas com estruturas mentais. Algumas dessas técnicas permitem visualizar a estrutura e o funcionamento cerebral, o fluxo sanguíneo, metabolismo, composição química e densidade de receptores cerebrais em seres vivos; com descoberta, por exemplo, de substrato neural das doenças mentais como a esquizofrenia (Ferreira, 2006). Desta forma, tais estudos possibilitam conhecimentos da fisiologia e neuroquímica do cérebro, auxiliando na compreensão da base biológica dos distúrbios psiquiátricos.
Os exames de neuroimagem excluem patologias com sintomas semelhantes aos de alguns transtornos psiquiátricos, como tumores e lesões isquêmicas; e permitem o estudo da morfologia e da fisiologia do encéfalo, pesquisando alterações estruturais ou funcionais dos referidos transtornos.
Sassi e Soares (2001) expõem estudos atuais que se baseiam na utilização de tecnologia que investiga o cérebro em relação a sua estrutura anatômica A Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo investigam a estrutura anatômica do cérebro, e o PET– Tomografia por Emissão de Pósitrons ou SPECT– Tomografia por Emissão de Fóton Único estudam a fisiologia cerebral; destacando a Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo por estar isenta de radiação ionizante, gerando imagens de alta resolução anatômica, e propiciando medidas volumétricas mais acuradas de estruturas do sistema nervoso central.
As sutilezas das alterações cerebrais ou as limitações dos estudos de neuroimagem ainda dificultam uma melhor compreensão sobre os transtornos mentais. O hipocampo, por exemplo, é uma estrutura cerebral relacionada à memória, que pode estar atrofiado, o que também pode ser visto em casos de estresse pós-traumático e estágios finais do Mal de Alzheimer.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Segundo Vieira e cols. (2007) os exames de neuroimagem evoluem com grandes avanços em suas técnicas e resolutividade, no entanto, para as avaliações psicológicas no campo da saúde mental, ainda são pouco utilizados. Tem relevante importância a integração da avaliação psicológica com os estudos de neuroimagem, com o objetivo do esclarecimento diagnóstico e condutas terapêuticas mais adequadas para cada caso clínico, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Faz-se primordial a formação e capacitação permanente de profissionais de Psicologia nesta área de estudo.
Na formação dos profissionais de Psicologia é de fundamental importância a ênfase da associação entre os conhecimentos gerados pela avaliação clínica psicológica tradicional, citando Pasquali (2001), aos crescentes avanços dos conhecimentos clínicos e em pesquisa das diversas técnicas dos estudos de Neuroimagem, conforme Sassi e Soares (2001). Numa visão mais recente, a Psicologia está inserida no corpo clínico e de pesquisa em centros avançados de reabilitação por todo o mundo, com ênfase em Neuropsicologia, e sua importância clínico-científica, que resulta no objetivo principal de todo cuidado à saúde mental, expressa na qualidade de vida do nosso paciente.


REFERÊNCIAS

Abrahão, J. I. (2001). Síntese sobre cognição. Em Anais do I Congresso sobre saúde e trabalho, Brasília, DF.
Barbizet, J., & Duizabo, P. (1985). Manual de neuropsicologia. Porto Alegre: Artes Médicas.
Conselho Federal de Psicologia (2004). Resolução nº 002/2003 &– Define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP n° 025/2001. Disponível: Acessado: 28/07/2004.
Cunha, J. A., Freitas, N. K., & Raymundo, M. G. B. (1993). Psicodiagnóstico &– R. Porto Alegre: Artes Médicas.
Ferreira, E. E. S. (2006). Alterações ocupacionais e sociais em pacientes com esquizofrenia: Relação com perfis metabólicos nos circuitos fronto-tálamo-estriatais à ressonância magnética espectroscópica. Dissertação de mestrado não-publicada. Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde: Neurociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.
Formiga, N. S., & Mello, I. (2000). Testes psicológicos e técnicas projetivas: Uma integração para um desenvolvimento da interação interpretativa indivíduo-psicólogo. Psicologia: Ciência e Profissão, 20, 8-11.
Gallo, J. J., Reichel, W., & Andersen, L. M. (1995). Handbook of geriatric assessment. Aspen Publishers, Gaithesburg, Maryland.
Izquierdo, I. (2002). Memória. Porto Alegre: Artmed.
Melo, L. N. (1979). Psiquiatria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Lourenço, R. A. (2002). Validação do Miniexame do Estado Mental em uma unidade ambulatorial de saúde. Tese de Doutorado. Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ. Disponível: Acessado: 29/07/2004.
Neto, A. C., Gauer, G. C., & Furtado, N. R. (2003). Psiquiatria para estudantes de medicina. Porto Alegre: Edipucrs.
Neto, M. R. L., Motta, T., Wang, Y., &, Elkis, H. (1995). Psiquiatria básica. Porto Alegre: Artes Médicas.
Pasquali. L. (2001). Técnicas de exame psicológico. São Paulo: Casa do Psicólogo/ CFP.
Sassi, R. B., & Soares, J. C. (2001). Ressonância magnética estrutural nos transtornos afetivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 23, 11-14.
Teri, L. T. P., Longston, R., Uomoto, J., Zarit, S., & Vitaliano, P. P. (1992). Assessment on behavioral problems in dementia: The revised memory and behavior problems Checklist-Psychology and Aging, 7, 622-631.
Vieira, C., Fay, E. S. M., Silva, L. N. (2007). Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos em neuroimagem: novas perspectivas em saúde mental. Aletheia, n.26, p. 181-195.

RESENHA DO FILME O NOME DA ROSA

[ROSA+.jpeg]O filme aborda uma investigação em um mosteiro da Itália medieval, ao longo de sete dias e sete noites, onde sete monges são mortos.


A história ocorre no ano de 1327 – Século XIV – período considerado teocêntrico onde a escolástica é predominante, num Mosteiro Beneditino Italiano que continha, na época, o maior acervo Cristão do mundo. Poucos monges tinham o acesso autorizado, devido às relíquias arquivadas naquela Biblioteca.

No Filme, um monge Franciscano e Renascentista, é designado para investigar vários crimes que estavam ocorrendo no mosteiro. Os mortos eram encontrados com a língua e os dedos roxos e, no decorrer da história, verifica-se que eles manuseavam (desfolhavam) os livros, cujas páginas estavam envenenadas. Então, quem profanasse a determinação de “não ler o livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura.

O Livro havia sido escrito pelo Filósofo Aristóteles, discípulo de Platão, e falava sobre o riso.

Por outro lado, naquela época as abordagens eram muito nítidas e baseadas nas idéias do filósofo do período Antopocêntrico, Platão. Visto que, prevalecia a teologia de Santo Agostinho, que por sua vez foi influenciado pelas idéias platônicas. É por esse motivo que o filme mostra a obra de Aristóteles sendo guardada a "sete chaves" e inacessível aos demais monges. Pois as idéias aristotélicas afrontavam os dogmas religiosos por seu racionalismo crítico.

No filme, aparecem nítidas disputas entre o misticismo, o racionalismo, problemas econômicos, políticos e, principalmente, o desejo da Igreja em manter o poder absoluto cerceando o direito à liberdade de todos. Devemos lembrar que nesse período o cristianismo é visto como a nova ordem, só perdendo seu apogeu na Idade Moderna. Apesar de que, a filosofia cristã persistiu na contemporaneidade com forte significado e penetração em várias áreas e níveis sociais.

A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso ao significado de seus dogmas (fundamentos da religião) nem questionassem e fossem contra os mesmos e, por esse motivo, para definir o poder sobre o povo, houve a instauração da Inquisição que foi criada para punir os crimes praticados contra a Igreja Católica que se unia ao poder monárquico.

O período Renascentista que se desenvolveu na Europa entre 1300 e 1650, época em que se desenrola o filme (1327), vinha de encontro a Igreja, exatamente porque o Renascimento pregava a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. Que era na época a base da igreja, ou seja, a preocupação da igreja era submeter o saber à fé cristã.

Dessa forma, o Monge utilizava-se da Ciência e conseqüentemente da razão para dar solução aos crimes do mosteiro e desagradava, em muito, a Santa Inquisição, na figura do Inquisidor. Visto que a igreja, através dos ensinamentos cristão dizia bastar para que qualquer explicação fosse dada aos acontecimentos. Como se os fatos trata-se de simples desobediência a vontade divina, e por isso as conseqüências viriam.

Na Biblioteca do Monastério haviam pergaminhos que falavam sobre a infalibilidade de Deus e que não era preciso se ter uma fé cega em detrimento à figura do homem. Mesmo assim, fatos corriqueiros precisam ser avaliados para determinados acontecimentos, e isso começa a causar questionamentos sobre a autoridade da igreja.

Vemos também as questões de ordem sexual e da miséria que o povo sofre para atender as demandas da igreja, que na verdade não passa de pura política disfarçada.

O filme mostra na verdade, a grande disputa filosófica pelo controle das idéias e a disputa pelo poder das mesmas.

PERÍODO COSMOLÓGICO

O período cosmológico foi marcado por uma época onde se procurava entender e explicar o cosmo e saber de que matéria era feito. Buscava-se o princípio e a lei que regia o universo que até então era concebido mitologicamente. Ou seja, todo fenômeno natural era explicado até então por meio da ação dos deuses. O filme retrata exatamente como a ação desses deuses se davam na vida cotidiana e como alguns dos elementos naturais eram vistos. O filme entretanto, não mostra a evolução da busca das explicações dos elementos que poderiam explicar a formação do universo. Ele se prende apenas aos mitos Gregos, apesar dessa fase ser bastante forte no que diz respeito ao elementismo. Que seria o método de buscar a verdade, ou causa, ou princípio, reduzindo o complexo ao elemento mais simples. Como a água, por exemplo. O primeiro expoente desse período foi o filósofo Tales de Mileto, que se preocupava com o movimento e transformação das coisas, entretanto, apesar das transformações, buscava um elemento básico para explicar a existência das coisas.

Por outro lado, vemos perfeitamente no filme a cena onde a princesa Andrômeda ao adormecer vai passear em espírito para receber o enigma para o homem que for se candidatar a ser seu futuro esposo. Vemos então ai o princípio do filósofo Pitágoras, onde sustentava a existência de uma alma imortal.

Em outros momentos podemos perceber também o que Heráclito defendia, que é a constante mudança dos fenômenos da natureza. Afirmava ele que tudo no universo com um tempo se transforma. Ele ainda defendia que a guerra era a mãe e rainha de todas as coisas, evento bastante marcante também no filme.

Já Pitágoras defendia que os números era o ser permanente que a filosofia buscava encontrar. O número é a essência permanente das coisas, visto que são intemporais e imóveis, além de expressarem as relações fixas das coisas. Caracterizado no filme através dos próprios deuses gregos, onde nada os atinge, ou seja, eles permanecem como sempre foram e são. Ele também defendia a existência de uma alma imortal, distinta do corpo e que se encarnava como em uma prisão. Caracterizada visivelmente no filme não somente pelo corpo físico como através da gaiola que transporta a alma de Andrômeda até Calibos.

Anaxágoras, admitia a existência de uma diversidade de elementos. Porém animada por um ato da razão divina, ou seja, tudo está em tudo, porém para que possam ter vida depende da ação de algo que ele chama de NOUS para poder animar aquilo que é inanimado. Vemos isso quando Zeus cria os bonecos de barro colocado em prateleiras e animados no mundo terreno através do seu poder animador ou de vida.

Para finalizar temos Demócrito, considerado o verdadeiro e último elementista de período cosmológico. Considerava que o universo era composto de átomos materiais indivisíveis, se distinguindo apenas pela forma, ordem, tamanho e posição, e que se moviam constantemente de várias maneiras. Dizia que as pessoas eram constituídas de átomos de alma e de átomos do corpo. A única diferença era a velocidade dos movimentos. Considerava que os pensamentos e atos do homem, tão quanto os acontecimentos de sua vida, eram determinados por agentes externos, de forma rígida como o curso das estrelas. Isso também fica evidente no filme através do desdobramento final quando alguns dos personagens se tornam constelações.


Principais deuses gregos :

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor e da beleza.
Poseidon - deus dos mares
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra.
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações.
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

SISTEMA NERVOSO

É responsável pelo afastamento do organismo ao meio ambiente.
*FUNÇÃO: perceber e identificar as codificações ambientais externas, bem como as condições rainantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que adaptem a essas condições.
*DIVISÃO: encéfalo(cérebro) e medula.
  • Encéfalo- contem cerca de 100 bilhões de neurónios, ligados por mais de 10,000 conexões simpáticas cada um. Esses neurónios se comunicam por meio de fibras protoplasmáticas chamadas AXONIO, que conduzem pulsos em sinais chamados de POTENCIAL DE AÇÃO para partes distintas do encéfalo e do corpo e as encaminham para serem recebidas por células especificas.(O encéfalo é o conjunto de estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas). O encéfalo é composto por: cérebro, cerebelo, tronco encefálico e diencéfalo.
  • Cerebelo- parte do encéfalo responsável pela manutenção do equilíbrio e postura corporal, controle do tonus muscular e dos movimentos voluntários, bem como pela aprendizagem motora.
  • Cérebro- parte do SNC que fica dentro do crânio. É a parte mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo. Pesa em média 1,3 Kg e é uma massa de tecido cinza-rósea.
  • Tronco encefálico- situada entre o a medula e o diencéfalo, possuem três funções( recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça, transmite informações da medula espinhal até outras regiões encefalicas e em direção contrária do encefalo para medula espinhal e regula a atenção.Está dividido em:

Bulbo: parte maior e mais caldal do tronco encefálico

Ponte: fica situada entre o bulbo e o mesoencefalo.

Mesoencefalo: mais curto segmento do tronco encefálico, se estende da ponte até o diencéfalo.

  • Diencéfalo- divide-se em tálamo e hipotálamo.

Tálamo: atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos as regiões do cérebro onde serão processados.(distribuidor de informações).

Hipotálamo- constituído por massa cinzenta é o principal integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual.

  • Medula- agente condutor de informações(processa informações reflexas) é dividida em cinco porções( cervical, torácica, lombar e sacra).

Cervical: 7 estruturas nervosas, c1 a c7, face e membros superiores.

Toracica: T1 a T 12, membros superiores e tórax.

Lombar: L1 a L5, lombar, bacia e membros inferiores.

Sacra: S1 a S5, até os dedos dos pés.

NEURONIOS



*MASSA CINZENTA: formada por corpos de neuronios.
*MASSA BRANCA: formada por axonios de celulas da glia.
*AXONIO: estrutura do neuronio responsavel pela condução dos impulsos eletricos intracelular(informação dentro do neuronio) até um outro local mais distante como um músculo ou outro neuronio.
*GLIA: células não neurais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição dos neuronios. E são cerca de 10 vezes mais númerosas que os neuronios.
*DENDRITOS: numerosos prolongamentos dos neuronios especializados na recepção de estimulos nervosos, que podem ser do meio ambiente ou de outros neuronios.

*TERMINÇÕES NERVOSAS: envia sinais aos terminais axonais.


TIPOS DE NEURONIOS(funções)

*AFERENTES OU SENSORIAIS: são responsáveis por levar uma nformação dos receptores ou orgão do sentido até o SNC.

*EFERENTES OU MOTORES: são responsavéis por levar informação do SNC para os musculos e glandulas.


NEURONIOS DE ASSOCIAÇÃO OU INTERNEURAIS

São todos aqueles que estão enre os neuronios aferentes e os eferentes. São responsáveis pela decodificação e gerenciamento das informações provenientes dos neuronios aferentes, assim como todo processo de tomada de decisão que será comunicada ao neuronio eferente.

TIPOS

*PROJEÇÃO: entre dois grupos de hemisferios diferentes.

*LOCAL: entre grupos de um mesmo hemisferio.

ESTRUTURA

*NEURONIO UNIPOLAR: possuem um único axonio saindo do corpo celular.
*NEURONIO MULTIPOLAR: possuem um único neuronio e varios dendritos.
*NEURONIO BIPOLAR: possuem dois axonios com origem em locais opostos do corpo celular.
*NEURONIO PSEUDOPOLAR: dois axonios se unem formando um único axonio que emerge do corpo celular.








OS PIONEIROS

HIPOCRATES(460-370 a.c).
*Cerebro centro do controle
*Doenças mentais tidas como possessões.
*Saúde vista como equilibrio proveniente dos seres humanos.

GALENO
*1º neurocientista clínico a utilizar métodos impiricos e a demonstrar funções dos nervos, formulou a teoria sobre o funcionamento cerebral, postulando que os espiritos animais habitavam a mente e promoviam movimentos e sensações.

RENE DESCARTES(1596-1650)
*Discotomia mente-corpo
*Espiritos animais habitavam no cerebro originadas na glandula pineal.

FRENGLOGIA
*Gall, lançou a teoria do campo agregado.

GLANDULA PINEAL

O cérebro é composto por 100 bilhões de neurónios que não funcionam sem a glia.
O homem é visto como ser biopsicossial.

A IMPORTÂNCIA DOS NEURÓNIOS
*Intervenção
*Mudança
*Estudo do comportamento
*Técnicas e métodos específicos ajudam na redução cerebral.
O psicólogo trata do homem que é o seu principal objeto de estudo e o foco de uma intervenção psicológica.

REDUCIONISMO:

*Surge no século XIX
*Criticas ao modelo biomédico, pregava que o ser tinha o subtrato neurológico passivo e vítima de alterações biológicas.
*Pressupõe que corpo e mente funcionam independentes.
*Erro da psicologia, psicologizar: fragmentar o ser humano em esferas específicas para impedir o erro.

MICHEL FOUCAULT

Quando fazemos ciência baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Afastamos-nos dela para refletir e conhecer além de suas aparências.
O cotidiano e o conhecimento cientico que temos da realidade aproximam-se e afastam-se:aproximam-se porque a ciência se refere ao real; afastam-se porque a ciência abstrai a realidade para compeende-la melhor, ou seja, a ciência afasta-se da realidade transformando-a em objeto de investigação o que permite a construção do conhecimento cientifico sobre o real.

SENSO COMUM - Conhecimneto acumulado no dia-dia. Esse tipo de conhecimento percorre um caminho que vai do habito a tradição, que passa de geração em geração.
O movimento e a transformação são os elementos básicos de oda história (MICHEL FOUCAULT).

terça-feira, 26 de maio de 2009

Resenha do Filme O Terminal




O filme aborda dentre vários outros aspectos, as dificuldades encontradas na comunicação entre pessoas com diferentes idiomas, educação, modelo de comportamento, cultura, etc. Assim, além das palavras, vários outros símbolos e formas de comunicação são utilizados para que as informações sejam passadas e recebidas de forma a propiciar aos envolvidos as condições mínimas para discernir sobre seu próximo passo no contexto em que se encontra.
Apesar de existirem símbolos universais, a forma, posição, contexto e local onde são utilizados, pode gerar situações das mais diversas possíveis. É com base nisso que estaremos agora expondo as nossas percepções críticas.
Um imigrante da República da Krakozhia, uma cidade na Europa Oriental, que desembarca em um aeroporto em Nova York no exato momento em que um golpe militar acende uma guerra civil em seu país, fica preso no aeroporto sem saber exatamente o motivo pelo qual não pode visitar NY. Por causa do golpe militar, seus documentos, como passaporte, são invalidados até que a situação se defina. Sem casa e documentos, ele começa a morar no próprio terminal, interagindo com os funcionários do lugar e até se apaixonando por uma aeromoça local.
Inicialmente, as partes envolvidas não falam o mesmo idioma. Então a comunicação verbal fica bastante prejudicada. O ator principal procura se comunicar utilizando-se de gestos, sinais, códigos e escrita.
Com o passar do tempo o filme mostra que o ator começa a entender as mensagens emitidas pelas pessoas, modificando o seu comportamento, compreendendo a linguagem e com isso interagindo um pouco melhor. Facilitando a sua sobrevivência em um ambiente que antes era desconhecido apenas por falta de comunicação. Uma das ferramentas utilizadas para melhorar a comunicação, é o uso de livros com figuras e textos iguais, escritos nas suas respectivas línguas.
Por não entender e nem falar o idioma local várias são as falhas de comunicação. O faxineiro do terminal passa a acreditar que o artista principal pode ser um agente do governo infiltrado com objetivo de identificar supostos imigrantes sem visto. O empreiteiro de obras da reforma do aeroporto acredita que ele seja funcionário de um grupo concorrente por ter presenciado o resultado de um trabalho feito pelo mesmo, entretanto, o serviço nada mais foi do que uma opção de passa tempo. O resultado dessa interpretação resulta na contratação do mesmo com uma remuneração bastante atrativa. Já para o “futuro Diretor do Aeroporto” ele não passa de um problema, visto que o mesmo sem dinheiro, sem casa e sem saber falar a língua local, precisa sobreviver até poder ser liberado daquela situação. Com base nisso, o Diretor passa a tentar a qualquer preço se livrar dele. Com isso, várias estratégias são usadas a fim de se livrar do problema – o imigrante indesejado, entretanto, a comunicação fica bastante difícil e as tentativas são sempre inúteis, principalmente quando se compara as questões culturais, educacionais, de conduta ética e patriotismo. Para apimentar ainda mais o contexto, surge ao meio de toda essa situação uma aeromoça bastante interessante aos olhos do protagonista, que no decorrer da tentativa em se comunicar com o mesmo, acredita que ele seja empreiteiro, mesmo isso não tendo sido dito em momento algum pelo mesmo, simplesmente essa interpretação é dada apenas pelo fato dela se encontrar com ele por várias vezes no aeroporto para viajar. É essa aeromoça que o motiva a ler um pouco mais e conhecer melhor a língua local. Com isso, o protagonista passa a interagir melhor com o meio. Uma das formas que ele procura usar para demonstrar (se comunicar) os seus sentimentos pela aeromoça é utilizando das suas habilidades de construtor para expressar o quanto gosta dela.
Ele não entende porque não o deixam ir até NY. Mesmo vendo o noticiário na TV fica difícil para ele entender que seu País está em guerra civil. Para se alimentar, passa a observar que ao devolver o carrinho ao guichê adequado, o mesmo devolve alguns centes de dólar, o que o faz passar a recolher todos os carrinhos do saguão e gerar renda para sua refeição. Isso chama a atenção do Diretor que ao contrário de querer o bem estar do mesmo, cria um cargo de recolhedor para os carrinhos a fim de forçar o mesmo a fugir do aeroporto. Nesse intuito, tenta se comunicar com o mesmo através de mímicas, gestos e símbolos, a fim de estimulá-lo a sair pela porta principal do aeroporto em um determinado horário onde seria feita a troca do policiamento, mas naquele dia essa troca teria um atraso proposital para que o mesmo pudesse fugir. Infelizmente para o Diretor, a porta principal é monitorada por uma câmera, o que inibe o mesmo a fazer a fuga.
Um outro episódio bastante interessante no filme que chama atenção é a passagem de um passageiro estrangeiro que vem do Canadá com destino a um País vizinho a Krakozhia que porta remédios para ser utilizado pelo seu Pai enfermo que é confiscado pelo governo local. Como o pessoal do aeroporto não fala a língua do passageiro, então não sabe como explicar ao mesmo que para ser liberado o remédio precisa da prescrição médica para poder transitar no aeroporto daquele país, mesmo tendo sido adquirido fora dali. Entra então o protagonista principal por conhecer a língua do estrangeiro e vendo a situação em que se encontra o mesmo, induz que ele diga que o remédio é para um bode, pois a legislação local estabelece que remédio para animal não precisa de comprovação alguma. Tudo isso ele consegue simplesmente porque a comunicação (idioma) utilizada só é entendida por ele.
A dificuldade de comunicação também é bastante evidente no guichê de aprovação dos formulários para imigração. Tanto é que a insistência do ator é intensa, argumentando que a sua insistência se dar com base estatística visto que a probabilidade de aprovação é de 50% pois existem duas opções, ou o carimbo vermelho reprovado ou o verde aprovado, entretanto o mesmo não entende que não se trata de probabilidade estatística e sim de critérios burocráticos. O outro fato que chama atenção nesses guichês é a comunicação visual e simbólica das faixas utilizadas no piso, determinando o adequado fluxo de pedidos para cada caso e os devidos limites de aproximação. Para dar mais ação ainda, o roteirista cria outras situações nesse ambiente, quando utiliza o imigrante para ser o interlocutor entre a atendente e outro funcionário do aeroporto que está interessado em namorar a mesma. É interessante porque o rapaz interessado na moça utiliza exatamente uma pessoa que não fala a língua local para colher informações dos gostos e pretensões que a moça tem em relação ao tipo de homem que ela gostaria de se relacionar. O rapaz só consegue tal façanha em troca de alimentar o imigrante, visto que o diretor havia substituído a devolução do dinheiro na devolução do carrinho pela criação de um novo posto de trabalho para recolhimento do mesmo. Ainda assim, com toda dificuldade da língua, o objetivo final é atingido depois de muita paciência e esforço, visto que o rapaz também era estrangeiro vivendo em um pais com cultura e comportamento diferente.
Algumas foram as percepções com relação aos símbolos (sinalização) utilizados, porém de forma um tanto inadequada e outras até faltosas, gerando situação constrangedora e até mesmo perigosas. Uma é o caso dos banheiros, que apesar do símbolo estar correto foi colocado em posição duvidosa, gerando situações indesejadas. A outras apesar de ter sido utilizada adequadamente (piso escorregadio), não era percebida pelos transeuntes, gerando assim situação de risco pessoal. Outra situação de perigo é a falta de sinalização nas portas de vidro na entrada da loja.
Pela dificuldade ainda na compreensão da língua local, não conseguia compreender o que estava se passando em seu país ao ver na TV os últimos noticiários dos acontecimentos internacionais.

Vários outros foram os episódios que podemos citar aqui, tais como a questão da lata com objetivo de cumprir com a promessa ao Pai já falecido, a negativa de que não era patriota, enfim, vemos que a comunicação quando não é bem entendida ou quando não é colocada de forma adequada pode gerar situações bem diversificadas dos objetivos desejados.

Texto Reflexivo, (Filme A Fúria dos Titãs)



O período cosmológico foi marcado por uma época onde se procurava entender e explicar o cosmo e saber de que matéria era feito. Buscava-se o princípio e a lei que regia o universo que até então era concebido mitologicamente. Ou seja, todo fenômeno natural era explicado até então por meio da ação dos deuses. O filme retrata exatamente como a ação desses deuses se davam na vida cotidiana e como alguns dos elementos naturais eram vistos. O filme entretanto, não mostra a evolução da busca das explicações dos elementos que poderiam explicar a formação do universo. Ele se prende apenas aos mitos Gregos, apesar dessa fase ser bastante forte no que diz respeito ao elementismo. Que seria o método de buscar a verdade, ou causa, ou princípio, reduzindo o complexo ao elemento mais simples. Como a água, por exemplo. O primeiro expoente desse período foi o filósofo Tales de Mileto, que se preocupava com o movimento e transformação das coisas, entretanto, apesar das transformações, buscava um elemento básico para explicar a existência das coisas.

Por outro lado, vemos perfeitamente no filme a cena onde a princesa Andrômeda ao adormecer vai passear em espírito para receber o enigma para o homem que for se candidatar a ser seu futuro esposo. Vemos então ai o princípio do filósofo Pitágoras, onde sustentava a existência de uma alma imortal.

Em outros momentos podemos perceber também o que Heráclito defendia, que é a constante mudança dos fenômenos da natureza. Afirmava ele que tudo no universo com um tempo se transforma. Ele ainda defendia que a guerra era a mãe e rainha de todas as coisas, evento bastante marcante também no filme.

Já Pitágoras defendia que os números era o ser permanente que a filosofia buscava encontrar. O número é a essência permanente das coisas, visto que são intemporais e imóveis, além de expressarem as relações fixas das coisas. Caracterizado no filme através dos próprios deuses gregos, onde nada os atinge, ou seja, eles permanecem como sempre foram e são. Ele também defendia a existência de uma alma imortal, distinta do corpo e que se encarnava como em uma prisão. Caracterizada visivelmente no filme não somente pelo corpo físico como através da gaiola que transporta a alma de Andrômeda até Calibos.

Anaxágoras, admitia a existência de uma diversidade de elementos. Porém animada por um ato da razão divina, ou seja, tudo está em tudo, porém para que possam ter vida depende da ação de algo que ele chama de NOUS para poder animar aquilo que é inanimado. Vemos isso quando Zeus cria os bonecos de barro colocado em prateleiras e animados no mundo terreno através do seu poder animador ou de vida.

Para finalizar temos Demócrito, considerado o verdadeiro e último elementista de período cosmológico. Considerava que o universo era composto de átomos materiais indivisíveis, se distinguindo apenas pela forma, ordem, tamanho e posição, e que se moviam constantemente de várias maneiras. Dizia que as pessoas eram constituídas de átomos de alma e de átomos do corpo. A única diferença era a velocidade dos movimentos. Considerava que os pensamentos e atos do homem, tão quanto os acontecimentos de sua vida, eram determinados por agentes externos, de forma rígida como o curso das estrelas. Isso também fica evidente no filme através do desdobramento final quando alguns dos personagens se tornam constelações.


Principais deuses gregos :

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor e da beleza.
Poseidon - deus dos mares
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra.
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações.
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.