sábado, 6 de junho de 2009

FILOSOFANDO





FERNANDO PESSOA

O poeta Fernando Pessoa escreveu o poema “O guardador de rebanhos” que traduz a filosofia como elemento para a compreensão do sentido último dos seres. Leia o poema:

“Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas). [...]
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?
`Constituição íntima das coisas´...
`Sentido íntimo do Universo´...
Tudo isso é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em coisas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das coisas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum. [...]”
.......................................................................
Dicionário de Filsofia - explicando o termo:
"Metafísica": define-se assim como filosofia primeira, como ponto de partida do sistema filosófico, tratando daquilo que é pressuposto por todas as outras partes do sistema, na medida em que examina os princípios e as causas primeiras [...] o tratado do ser enquanto ser.

BREVE HISTORIA DA PSICOLOGIA


A invenção do termo Psicologia é atribuída a Aristóteles. O filósofo teria escrito um livro chamado "Sobre As Almas" no qual apresenta a Psicologia como um ramo da Filosofia dedicado ao estudo da psique, bem como toda uma rica teoria sobre as motivações e emoções humanas.

Por psique Aristóteles entendia o princípio espiritual enquanto algo que interage com o corpo. A Consciência Infinita, que é Deus, tinha uma pequena porção diferenciada, separada, formando uma larva. No momento que essa larva adentra um corpo / casulo nascia um ser humano, que podia ser visto como uma crisálida. O momento da morte seria quando a crisálida finalmente cumpriu seu papel, nascendo assim a borboleta.

O papel do psicólogo, para Aristóteles, era o estudo do ciclo de vida material do homem, enquanto ser corpo-alma. Ou seja, o estudo da maturação da crisálida rumo à borboleta.

OBS: A própria palavra psique é derivada de um termo que em grego significa borboleta. Ou seja, Psicologia pode ser entendida como "o estudo (da formação) das borboletas".


Para Aristóteles o período anterior ao nascimento e depois da morte não eram da alçada da Psicologia. Em outras palavras, o filósofo parecia aceitar o dualismo platônico corpo-alma, mas assim como Watson e seu Behaviorismo Metodológico ele parece dizer: "Só me interessa estudar o material e observável. Vou deixar a parte metafísica de lado".


Com Aristóteles a Psicologia nasce (semi-)materialista, pois só se preocupa com fenômenos relativos ao mundo sensorial (por exemplo, as emoções). Porém ao mesmo tempo a Psicologia já nasce mentalista: acredita que somos determinados por forças metafísicas interiores.
Outro ponto importante: a visão aristotélica é teleológica. Ou seja, o final do desenvolvimento humano (a borboleta espiritual) já é conhecido desde o momento de seu nascimento. "É próprio do homem agir assim, porque ele está destinado a isso dada sua essência".


Mais tarde veremos como a visão aristotélica até hoje permanece firme e forte na Psicologia, determinando uma visão mentalista/metafísica e teleológica.


Racionalismo


Descartes, e seu "Penso, Logo Existo" influenciou muito a Psicologia, atraindo diversos defensores e críticos.


O Racionaismo tem seu começo atribuído a Filosofia Grega, especialmente Sócrates. A razão é tida como faculdade especial do homem, que é um ser distinto de todos os outros por isso. O Racionalismo é uma postura francamente mentalista que não leva tanto em conta nossos "instintos".

O Behaviorismo Radical entende que a Razão não é uma propriedade especial do homem, mas tão somente um conjunto de comportamentos, dentre outros. Uma das grandes inovações de Skinner foi exatamente levar em conta os sentimentos e demais "comportamentos encobertos".

Dos Racionalistas o Behaviorismo Radical se aproxima no que tange a idéia de que é possível compreender os fenômenos do Universo se for usado um método adequado.



Romantismo


O poeta alemão Goethe infuenciou em muito a Psicologia, especialmente a Psicanálise.

Misto de corrrente filosófica com atitude artística. A visão romântica determina que o Homem é um ser especial, mágico, possuidor de uma alma repleta de mistérios incompreensíveis.

A crítica romântica é de que os sentimentos e demais "forças invisiveis da Alma" eram deixadas de fora da Psicologia. O Behaviorismo Radical oferece uma abordagem cientifica a esses fenômenos, isto é, a subjetividade.

OBS: Por questões lógicas, os Românticos e os Racionalistas criaram um grande conflito no seio da Psicologia. Os primeiros dizem que o especial no Homem é sua Alma (espírito, coração, etc). Os outros dizem que é sua Razão. Vê-se aí uma dicotomia clássica na Psicologia: Razão VERSUS Emoção. Para o Behaviorismo Radical tal dicotomia é ilusória e nociva.


Idealismo



David Hume, o grande nome do Idealismo.

Postura filosófica que determina que o mundo é uma abstração, uma ilusão dos cinco sentidos, sem existência real. O Idealismo também crê no inatismo, isto é, que as pessoas já nascem com uma essência ou conjunto de idéias.

Para os idealistas a única fonte segura de saber é a introspecção, isto é, experimentação nos leva a ilusões. Essa postura é especialmente problemática para o Behaviorismo Radical, pois a introspecção é um comportamento de autoobservação muito influenciado por fatores ambientais. Ou seja, a experimentação e dados compartilháveis tem um grande valor que os idealistas não consideram...

O idealismo é uma forma enfatizada de mentalismo que para o Behaviorismo Radical não faz muito sentido, pois entende-se que ele despreza dados do ambiente e do corpo na formação do ser humano.


Empirismo


Para John Locke tudo vinha da experiência sensível (i.e., "dos 5 sentidos").

Pelo Empirismo o Homem é uma tábula rasa, ou seja, nasce inteiramente livre de condicionamentos biológicos. Tudo aquilo que ele vem a se tornar é proveniente de suas experiências depois do nascimento.
Normalmente se associa o Behaviorismo Radical ao empirismo. Ledo engano, porque os behavioristas de hoje levam em conta condicionamentos biológicos inatos, isto é, a herança filogenética das espécies.


OBS: Obviamente a tensão entre idealistas e empiristas é forte. Até os dias de hoje essa discussão rende muito pano pra manga nas faculdades de Psicologia. Determina uma segunda dicotomia: Inato VERSUS Adquirido. Para o Behaviorismo Radical essa dicotimia também é ilusória e nociva.


Positivismo


Auguste Comte, o "Papa" do Positivismo.

Concepção de Ciência de cunho racionalista porém muito focada em dados observáveis e mensuráveis. Grande inspiração para os behavioristas metodológicos, como Watson, e até hoje erroneamente associado ao Behaviorismo Radical de Skinner.

Em sua origem a Psicologia tida como científica nasce positivista. Foi partindo dessa epistemologia científica que Wundt criou seu laboratório de Psicologia (assunto do próximo post desta série).

A concepção de Ciência do Behaviorismo Radical é abertamente diferente da Positivista em termos de objeto e método. Mas isso é assunto de outro post...

LIVRO HISTORIA DA PSICOLOGIA MODERNA


Nome: História da Psicologia Moderna
Autores: Duane P. Schultz; Sydney Ellen Schultz
Categoria: Livros
Tamanho: 410 Kb
Formato: Word
Servidor: 4Shared
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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Se você gastar todo seu dinheiro em Viagra, vai acabar ficando duro.

O primeiro economista do mundo foi Cristóvão Colombo: quando saiu, não sabia para onde ia; quando chegou, não sabia onde estava. E tudo por conta do governo.

O tempo voa… principalmente quando você aperta o botão “Soneca” no despertador.

P*rra não é palavrão. Você veio de p*rra!
Palavrão é fome, miséria, injustiça…

Dercy Gonçalves
A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.
(Cervantes)

"FRACASSO é o jeito de Deus dizer: "Com licença, você está indo na direção errada."

"Aprende a escrever o teu sofrimento na areia e a gravar o que te é benéfico na rocha"...

Morfeu


Não fique chateado se passar a vida toda de forma obesa. Afinal, você tera a eternidade inteira para ser só osso.

O Estados Unidos é um país tão desenvolvido, que até os mendigos falam inglês.
Semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a acção; semeia a acção e colherás um hábito; semeia o hábito e colherás o carácter.
"Você gostaria que todos os problemas no seu trabalho desaparecessem?
Então lembre-se de que quando os problemas acabam, as oportunidades também.
Resolver problemas foi o motivo pelo qual o contrataram."

PENSAMENTOS

"Três classes de pessoas que são infelizes:
a que não sabe e não pergunta, a que sabe e não ensina, a que ensina e não faz."

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Racismo , xenofobia, homem branco , homem preto


Por vezes tenho uma séria dificuldade em distinguir racismo de xenofobia.
Isto porque acredito que o racismo é algo que ultrapassa a cor da pele e que fundamentalmente terá mais a ver com a cultura e com todo um sistema de valores que a suporta do que propriamente com a raça ou etnia.


Podemos constatar isso no caso dos judeus que embora na sua maioria fenotipicamente caucasianos são discriminados em todo o mundo cristão e islâmico. o mesmo se passa em relação aos próprios árabes ou médio orientais em geral (cuja cor não difere grandemente da dos ocidentais), historicamente menorizados pelos Europeus como nos clarifica Edward Said em "orientalism".


Quanto á questão do racismo em relação ao homem africano tudo se remete mais uma vez para a construção mental de que a cultura africana é mais primitiva e menos sofisticada do que a cultura europeia, ou seja, é mais do que cor de pele , existem concepções de hierarquização, separação (não contaminação) e de não fusão com valores dos quais é "feio" partilhar-se.


Tudo isto tem a ver sobretudo com uma memória histórica relacionada com as descobertas, com a ideia de que o "preto" andava descalço e era selvagem e muitas vezes canibal, não possuía armas de fogo e fundamentalmente muitas tribos subsarianas nem tão pouco tinham “chegado” á revolução do neolítico, algo que os europeus (ou os povos do crescente fértil que lhes antecederam) alcançaram há cerca de 10 000 anos. tudo isto assenta na concepção da historia como um processo linear onde todos os povos e culturas deverão de passar pelas mesmas fases do desenvolvimento e os que ainda não passaram por esta ou aquela etapa estão claramente atrasados face aos que já as experienciaram. de qualquer forma este argumento é tão facialmente rebatível com a simples utilização de uma parábola infantil: o dizermos que um tigre é inferior a uma foca porque ainda não desenvolveu "barbatanas" e não sabe deslocar-se em meio aquático uma vez que antes de estar no mar a foca foi um animal terrestre e que portanto já está mais evoluída do que o tigre... obviamente raciocínios como este não fazem sentido.

No entanto, o certo é que muitas vezes o relativo e o absoluto não falam a mesma língua e que embora em termos relativos possamos pensar a história de uma forma não linear nem tão pouco absolutamente evolucionista a verdade é que em termos absolutos o homem branco conseguiu sobrelevar-se sobre os restantes, construindo para si uma base estatutária quase impossível de derrubar (como podemos ver no cartoon) através da construção de um discurso de hierarquização cultural onde o negro por norma ocupa a base da estrutura e o oriental uma posição intermédia, logo abaixo da do caucasiano ocidental , que protagonizou a "invenção" ou a melhor aplicação das técnicas e tecnologias e que isso faz dele sem duvida uma máquina de guerra e poder sem par.

É bom que não esqueçamos que o próprio caucasiano se hierarquiza internamente sendo o obra prima da criação divina o WASP anglo-saxonico sendo que, logo, e, mais uma vez não podemos falar em raças ou etnias, mas em pequenos traços culturais distintivos que conduziram historicamente a piores ou melhores resultados organizativos das sociedades e consequentemente a vitórias ou derrotas na competição entre os povos. Estas causalidades multidimensionais não podem por motivos históricos ou mesmo de exaustão de variáveis ser averiguadas o que faz com que simplesmente o homem acabe por materializa-las na naturalização da melhor tez mais ou menos escura, na cor dos olhos, do cabelo, mais claro , mais escuro , mais liso ou ondulado , ou na religião professada e que os considere como os verdadeiros responsáveis pela soberania de um povo e naõ de outro.


A "raça" (coloco entre aspas não por não considerar que ela não existe mas porque a comunidade cientifica quer acabar com o termo embora sinceramente acredite que não é com novilingua que se destroem conceitos radicados em valores identitários básicos como este) é fundamentalmente um aglutinador de pessoas sob um ponto em comum, a raça é uma categoria que une abstractamente pessoas, tal como a religião, a nacionalidade, o status social, o nível educacional, a ideologia politica etc... em todas estas categorias existem guerras e disputas por direitos e pelo acesso ao poder


Assim, penso que a única forma de se diminuir os conflitos será talvez uma minimização das diferenças em vez de se acentuarem ainda mais, e muito pessoalmente acredito que isso se faz com integração nacional e não com multiculturalismo (peço desde já as minhas desculpas aqueles que acreditam fielmente nesta ideologia / utopia)


Por outro lado acabamos por encontrar a mesma lógica que encontramos por exemplo face á homossexualidade ( temática que estou a estudar em concreto , mas tal como estas, outras minorias que o valham) ou seja, as pessoas discriminam no abstracto mas no concreto torna-se mais complicado discriminar porque se conhecem as pessoas reais altura em que se torna mais difícil encontrar pontos de divisão ou separação entre pessoas e que mais facilmente se encontram pontos em comum.


Depois penso que poderão existir questões de acumulação de características que aliadas á raça podem exacerbar aparentemente a importância desta. por exemplo quando pensamos em pessoas negras sabemos que elas não são todas iguais, tal como ninguém é igual, e, provavelmente teremos uma impressão diferente de um aluno universitário que tem a pele escura do que temos de um rapaz , igualmente de pele escura que vive no gueto e está inserido em gangs que traficam droga e praticam outro tipo de crimes. a valorização não poderá de forma alguma ser a mesma, no entanto , não existe um termo para designar o individuo branco que também se encontra neste gang. Se uma pessoa discrimina o individuo branco essa discriminação não tem nome, se uma pessoa discrimina o individuo negro essa discriminação tem um nome muito sonante : RACISMO, quando no fundo a critica poder-se-á estar a dirigir-se a outra dimensão do individuo que não a raça, como por exemplo o estilo de vida, as actividades ilicitas , etc...


O conceito de racismo tornou-se assim ele próprio um conceito polémico o qual é importante trabalhar e destrinçar nas suas múltiplas acepções


No entanto há que não esquecer que o racismo não é apenas uma questão unidireccional, pois, sendo a raça um suporte visível para a construção de categorias e posicionamentos em hierarquias temos obviamente também um racismo contra caucasianos que muitos dos críticos tendenciosos se esquecem de mencionar nomeadamente em países africanos que pretendem separar-se da influencia / dominância ou paternalismo dos europeus e que constroem discursos absolutamente racistas e ideologias como a da negritude assente obviamente na Raça. muitos casos na África do sul são bastante representativos como por exemplo o facto de os jogadores de rugby brancos são ameaçados de ver os seus passaportes confiscados caso não sejam seleccionados mais jogadores negros para a selecção nacional, ou o caso que já tem alguns anos onde se discutia a legitimidade da miss Angola ter uma tez "demasiado" clara...


A salientar que nada disto é uma questão racista, mas sim relativista, pensar que o racismo é apenas um comportamento do branco para o preto é considerar a existência de diferenças fundamentais até na própria estrutura de pensamento do individuo negro (mais uma vez inferiorizante)...

Preconceito

DESIGUALDADE SOCIAL


O preconceito é o ato de ter uma opinião contrária sobre determinado assunto sem antes conhecê-lo.
A grande razão para ocorrer o preconceito, é que existem pessoas que se julgam superiores aos outros, não usam o bom senso e resumem que a sua opinião sempre será a mais importante.

Há inúmeros tipos de preconceito, mas abaixo estão os principais:

-Preconceito à outra cor - É denominado de racismo e existe principalmente em relação à negros. No Brasil, surgiu com a escravidão e é muito presente até hoje, apesar de a escravidão ter sido abolida em 1888. Há também o racismo contra brancos, amarelos, vermelhos, pardos etc...

-Preconceito contra loiras- Quem nunca ouviu uma piadinha sobre loiras burras?

-Preconceito à outra religião - Hoje em dia, o maior exemplo deste preconceito são os conflitos no Oriente Médio. A luta entre judeus e islâmicos custa dezenas de vidas diariamente. Grupos extremistas no Iraque matam inocentes cruelmente somente porque são de outra religião.

-Preconceito contra as mulheres - É denominado de machismo e existe por causa do antigo papel das mulheres como dona de casa. O machismo gera muita mágoa porque vários homens não reconhecem a capacidade das mulheres de fazerem algo diferente à costurar e cozinhar.

-Preconceito quanto a classe social - Ricos discriminam pessoas de baixa classe social, com famosas frases do tipo ,,Isso é coisa de pobre..", ou vice-versa.

-Preconceito contra pessoas de outra orientação sexual - Homossexuais e bisexuais são muito agredidos moralmente e até fisicamente só por não serem "iguais". É uma triste realidade, tanto que vários escondem sua preferência sexual.

-Preconceito contra pessoas de outra nacionalidade - A maioria dos brasileiros critica os norte-americanos, apesar de estar sempre os imitando. Brasileiros sofrem de preconceito em outros países, assim como muitos estrangeiros são discriminados no Brasil. Precisamos aprender que nem todo português é burro e nem todo brasileiro é malandro.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O PORQUE DE NOSSOS SENTIMENTOS?

Argos de Arruda Pinto

Por que existem os nossos sentimentos? Nossas emoções? Por que somos seres racionais e emocionais e não apenas racionais?
A resposta a estas perguntas, embora poderá - inicialmente - soar estranha e aparentemente sem sentido ao leitor, me parece estar relacionada com um dos mais poderosos instintos inerentes ao ser humano: a sobrevivência de sua espécie.

O conceito de "sobrevivência", entretanto, deve ser mais amplo do que se supõe quando se refere a nós, seres humanos, pois comer, beber, dormir e procriar não bastam. É como se extrapolássemos estes quatro requisitos básicos para sobrevivermos. Precisamos de mais... E este mais está ligado ao nosso bem estar físico e mental, felicidade e satisfação.

Sentimentos e emoções são em grande número em nossas mentes; eles afetam nossos corpos, nosso comportamento, as nossas vidas. Não há espaço aqui para explicar um a um com base na sobrevivência de nossa espécie como animal. Darei exemplos de alguns. Importante realçar também o caráter "estatístico" deste artigo, no sentido em que estarei falando de características de populações. As características de um indivíduo pode representar uma tendência em toda uma população, uma maioria, onde as exceções não importam. Quando eu falar de algum sentimento ou emoção, o leitor deverá pensar em termos amplos, gerais. Por exemplo: se digo que o amor é o elo de ligação mais importante entre pais e filhos e que sem ele a raça humana já estaria extinta, excluo os poucos casos onde os filhos foram abandonados ao nascer ou quando criança.

A Teoria da Evolução de Darwin sempre fora mal explicada e mal vista por muita gente. No começo do século XX, aqui no Brasil, era proibido falar nela nas escolas; havia preconceito em todos os países mas entre os cientistas ela simplesmente só evoluiu desde a sua concepção no século XIX. Isto criou um abismo entre os conhecimentos da Ciência nesta área e tudo aquilo que as pessoas comuns pensam e imaginam sobre como os seres vivos se modificam, se adaptam, sobrevivem, etc. E tudo isto se relaciona apenas com os corpos desses seres; imagine quanta ignorância existe quando se entra na correspondência entre evolução e mente.

Os seres vivos mais complexos do planeta, aves e principalemnte mamíferos, possuem cérebros altamente complexos e adaptados para conseguirem sobreviver aos estímulos negativos, destrutivos do meio ambiente. Insetos, peixes e répteis nascem em um estágio de maturidade o suficiente para se locomoverem e explorarem o mundo exterior; fora isto, o número de filhotes é grande o bastante para nem todos serem devorados pelos predadores. A coisa é diferente com os mamíferos: poucos filhotes e frágeis, necessitando-se de uma longa jornada de aprendizagem sobre seu ambiente, para um dia enfrentarem sozinhos os perigos deste mesmo ambiente e procriarem. Aí que entram as emoções. Algumas são básicas e compartilhamos com seres menos complexos: o medo e a agressividade. O medo é importante pois é um sinal de alerta, de algum perigo no meio; quem sobreviveria se não tivesse medo de nada? É necessário a existência de agressividade porque nada pode ser só passivo; enfrentar algum perigo, uma ameaça, requer também respostas passando, às vezes, pela agressividade. Em especial nos seres humanos, a natureza foi "caprichosa" no aspecto emocional: sentimos alegria, tristeza, ódio, paixão, culpa, satisfação, amor, afeto, temos fé, esperança, etc.

Temos a capacidade de procurar sexo mesmo sem a intenção de procriar. Procuramos porque gostamos, porque faz bem, porque nos satisfaz. Chegamos ao ponto de nos deliciar com um prato só para nos satisfazer mesmo sem estar com fome, ou seja, sem a necessidade momentânea de sobrevivência; por puro prazer. Procuramos coisas como viajar, sair, encontrar alguém de quem gostamos, nos divertir, porque faz parte do nosso lazer, do nosso bem estar. A palavra "gostar" está sempre presente; os sentimentos estão sempre presentes.

Existe o trabalho... Ele deve ser entendido como uma atividade inerente ao ser humano, seja qual for o seu modo ou finalidade: do homem de duzentos mil anos atrás ao perseguir uma presa durante horas, ao homem de hoje em um escritório repleto de aparelhos eletrônicos a ajudá-lo em seu dia a dia, tudo é trabalho. Tudo o que for uma atividade a implicar em geração de bens ou realização de uma tarefa imprescindível à nossa sobrevivência, mesmo que indiretamente. É o caso, este último, das sociedades que se modernizaram e o fruto do trabalho passou a ser algo "simbólico", o dinheiro, onde através dele conseguimos o que precisamos. Existiria o trabalho para nós se não gostássemos? Se não gostássemos ou se não sentíssemos nada com os seus frutos? Não existe somente o ato de trabalhar; sentimentos e emoções, conquistas que nos levam a satisfações extremamente benéficas a nós estão em jogo.

Quero dizer que vivemos procurando atividades, conquistas, coisas que nos fazem bem, para a nossa felicidade e bem estar. Se ora não conseguimos temos outras chances, temos nosso amor próprio e continuamos a viver, a procurar. Temos fé, esperança, sonhamos.
E os sentimentos negativos, as emoções violentas e negativas? Veja, nenhum sistema adaptativo como o cérebro, que visa o comando de um corpo para se perpetuar junto a ele, irá responder somente de modo positivo, no sentido de sentimentos positivos, em um meio ambiente onde os estímulos exteriores são positivos e negativos também. Ninguém gostará de um inimigo!
Para se capturar um animal faz-se necessário uma boa dose de agressividade e nós utilizamos recursos muitas vezes cruéis onde, se fôssemos parar para pensar, não comeríamos sequer um pequeno peixe do mar! Pode-se imaginar o quanto as nossas sociedades cresceram e se desenvolveram às custas de muitas mortes ou exploração, onde nossos ancestrais utilizaram e muito da capacidade humana de destruição para com os inimigos. E destruir envolve muita coisa de negativo.

Este é o universo da mente. Interessante salientar o papel da consciência em todos esses processos. Por exemplo: temos consciência de que o sexo é bom; então o procuramos, como disse anteriormente, sem a intenção de procriar. E também procuramos de forma consciente para deixarmos descendentes... A consciência é que talvez nos leve a transpor àquilo que eu disse a respeito de comer, beber, dormir e procriar: seres conscientes buscam estas coisas de maneira "automática", intuitiva. Mas procuram também para usá-las como fonte de prazer e satisfação; procriar seria exceção mas o sexo em si não; e procuram outras, como em um nível mais alto de atividade sistêmica, como o lazer, atividades prazeirosas, etc., para se sentirem bem. O sexo sem interesse de gerar filhos é talvez o ponto mais alto nessa "escala".

A consciência, indo mais longe, precisa necessariamente de, no mínimo, dois suportes emocionais para se perpetuar; duas forças poderosíssimas: a fé e o amor próprio. Que espécie de seres conscientes conseguiria a perpetuação se não acreditassem em si mesmos? No seu trabalho, na sua luta diária? Ou, como na maioria dos habitantes do planeta, em algo divino para se apoiarem? Nem levantariam da cama! E que sistema poderia também sobreviver se não gostasse de si próprio? O que adianta um corpo forte em uma mente fraca? Talvez chegamos a um fato universal: qualquer ser consciente no cosmos terá este tipo de característica. Talvez não exista nada somente racional.

Este artigo pode dar a impressão de que refere à nossa civilização ocidental, consumista, desejosa de prazeres, poder e dinheiro; não é isso. Ele se refere àquilo que os seres humanos possuem em sua natureza íntima, de básico em suas mentes onde se criou todas as culturas e civilizações até hoje. Umas foram mais pacíficas que outras; algumas foram mais mercantilistas, enquanto outras se preocuparam com a tecnologia e produção industrial. Mas a sobrevivência do homem se deu até hoje com a combinação de um lado racional com outro emocional. E sobrevivência para o ser humano engloba, além de sua natureza racional, tudo o que proporciona satisfação, felicidade, prazer, conquistas, etc. "Estados" correlacionados com nossas emoções e sentimentos. Retire tudo isto dos humanos e verá a nossa espécie desaparecer.

Ciência do inconsciente


Muitos colocam a questão de como observar o inconsciente. Se a Freud se deve o mérito do termo "inconsciente", pode-se perguntar como foi possível a ele, Freud, ter tido acesso a seu inconsciente para poder ter conseguido verificar seu mecanismo, já que não é justamente o inconsciente que dá as coordenadas da ação do homem na sua vida diária. É nesse sentido que Freud formulou a expressão Psicopatologia da vida cotidiana. Como observá-la senão pelos efeitos inconscientes?

A pergunta por uma causa ou origem pode ser respondida com uma reflexão sobre a eficácia do inconsciente, eficácia que se dá em um processo temporal que não é cronológico, mas lógico. Não é possível abordar diretamente o inconsciente; nós o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas.

Outro ponto a ser levado em conta sobre o inconsciente é que ele introduz na dimensão da consciência uma opacidade. Isto indica um modelo no qual a consciência aparece não como instituidora de significados, mas sim como receptora de toda significação desde o inconsciente. Pode-se perguntar: de que modo o inconsciente poderia estar informado sobre os progressos da investigação psicanalítica a menos que fosse, precisamente, uma consciência?

A Psicanálise, fundada por Freud, é um método de investigação que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.

Trata-se da ciência do inconsciente baseada principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da validade da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se a produções humanas para as quais não se dispõe de associações livres. A Psicanálise é um método psicoterápico baseado nesta investigação e especificado pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do desejo.

FREUD E O INCONSCIENTE

FOBIAS

Quando o Medo é Uma Doença




Por Dr. Cyro Masci,
psiquiatra
Introdução

Medo é um sentimento universal e muito antigo. Pode ser definido como uma sensação de que você corre perigo, de que algo de muito ruim está para acontecer, em geral acompanhado de sintomas físicos que incomodam bastante. Quando esse medo é desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e também seguido de evitação das situações causadoras de medo, é chamado de fobia. A fobia na verdade é uma crise de pânico desencadeada em situações específicas. Existem três tipos básicos de fobias, que são:
A agorafobia (literalmente, medo da ágora, as praças de mercado - o nome é muito antigo) que é o medo generalizado de lugares ou situações aonde possa ser difícil ou embaraçoso escapar ou então aonde o auxílio pode não estar disponível. Isso inclui estar fora de casa desacompanhado, no meio de multidões ou preso numa fila, ou ainda viajar desacompanhado
A fobia social, quando a pessoa tem um medo acentuado e persistente de "passar vergonha" na frente de outros, muitas vezes por temor de que as outras pessoas percebam seus sinais de ansiedade. Ela pode ser específica para uma situação (por exemplo assinar cheques ou escrever na frente dos outros) ou generalizada (por exemplo participar de pequenos grupos, iniciar ou manter conversação, ter encontros românticos, falar com figuras de autoridade, etc.)
E as fobias específicas, quando o medo acentuado e persistente é na presença (ou simples antecipação) de coisas como voar, tomar injeção, ver sangue, altura. Ou ainda o medo específico de elevador, dirigir ou permanecer em locais fechados como túneis ou congestionamentos.



Origem Seis em cada dez pessoas com fobias conseguem se lembrar da primeira vez que a crise de medo aconteceu pela primeira vez, quando as sensações de pânico ficaram ligadas ao local ou situação em que a crise ocorreu. Para essas pessoas, há uma ligação muito clara entre o objeto e a sensação de medo. Por exemplo, uma pessoa tem uma crise de pânico ao dirigir, e a partir desse dia passa a evitar dirigir desacompanhada, com temor de passar mal e não ter ninguém por perto para auxiliá-la. E talvez esse temor se expanda para um local aonde a saída seja difícil em caso de "passar mal", como cinemas e teatros. Surgiu assim uma agorafobia, um medo generalizado a "passar mal" e não ter como escapar ou receber auxílio.
Uma outra pessoa, por exemplo, pode ter tido uma experiência traumática de um acidente de carro, e a partir desse dia não querer mais andar de carro, desenvolvendo uma fobia específica a carros.
Perceba que o medo de andar de carros é igual, mas a origem, e na verdade o próprio medo, são fundamentalmente diferentes. No primeiro caso, o que se evita é ficar numa situação em que o socorro possa ser complicado, e no segundo caso, o que se evita é o carro em si mesmo.

Mas por qual motivo uma pessoa desenvolve uma fobia? E ainda, por quais razões algumas fobias são mais comuns que outras? Vários neurocientistas acreditam que fatores biológicos estejam francamente ligados. Por exemplo, encontrou-se um aumento do fluxo sangüíneo e maior metabolismo no lado direito do cérebro em pacientes fóbicos. E já foi constatado casos de gêmeos idênticos educados separadamente que desenvolveram um mesmo tipo de fobia, apesar de viverem e serem educados em locais diferentes.

Também parece que humanos nascem preparados biologicamente para adquirir medo de certos animais e situações, como ratos, animais peçonhentos ou de aparência asquerosa (como sapos, lesmas ou baratas). Numa experiência clássica, Martin Seligman associava um estímulo aversivo (um pequeno choque) a certas imagens. Dois ou quatro choques eram suficientes para criar uma fobia a figuras de aranha ou cobra, e muitas mais exposições eram necessárias para uma figura de flor, por exemplo.

A provável explicação é que esses temores foram importantes para a sobrevivência da espécie humana há milênios, e ao que parece trazemos essa informação muitas vezes adormecida mas que pode ser despertada a qualquer momento.

Outra razão para o desenvolvimento das fobias pode ser o fato de que associamos perigo a coisas ou situações que não podemos prever ou controlar, como um raio numa tempestade ou o ataque de um animal. Nesse sentido, pacientes com quadro clínico de transtorno de pânico acabam desenvolvendo fobia a suas próprias crises, e em conseqüência evitando lugares ou situações que possam se sentir embaraçados ou que não possam contar com ajuda imediata. E por fim, há clara influência social. Por exemplo, um tipo de fobia chamada taijin kyofusho é comum apenas no Japão. Ao contrário da fobia social (em que o paciente sente medo de ser ele mesmo humilhado ou desconsiderado em situação social) tão comum no ocidente, o taijin kyofusho é o medo de ofender as outras pessoas por excesso de modéstia e consideração. O paciente tem medo que seu comportamento social ou um defeito físico imaginário possa ofender ou constranger as outras pessoas. Como se percebe, esse tipo de fobia é bem pouco encontrado em nosso meio... O que há em comum em todas as fobias é o fato de que o cérebro faz poderosos links em situações de grande emoção.

Para entender o que se passa, é interessante lembrar de uma situação universal: você provavelmente, em algum tempo de sua vida, estava com outra pessoa, numa situação bastante agradável, e ao fundo tocava uma música. Agora, quando você ouve a música, lembra da situação. E se parar para pensar bem, não apenas lembra da situação, mas talvez sinta as mesmas sensações agradáveis.

Para o cérebro, o fenômeno é o mesmo. Fortes emoções em geral ficam ligadas ao que acontece em volta. Em geral as fobias ocorrem quando a crise de pânico é desencadeada em situações que já são potencialmente perigosas.
Por exemplo: nenhum animal (e nós somos animais, lembra-se?) gosta de ficar acuado ou perto de algum outro animal que possa lhe trazer riscos.
Estar preso no trânsito, num elevador, num shopping é, para quem sofre de certos tipos de fobia, uma situação de "ficar acuado", sem saída. Por isso, muitos pacientes com pânico acabam desenvolvendo fobias a lugares fechados.

PSICOLOGIA E GENETICA


O Que Causa o Comportamento?


Marco Montarroyos Calegaro, MSc

A genética comportamental é uma disciplina científica que estuda os mecanismos genéticos e neurobiológicos envolvidos em diversos comportamentos animais e humanos. Podemos caracterizá-la como uma área de intersecção entre a genética e as ciências de comportamento.

A engenharia genética forneceu as ferramentas necessárias ao estudo do comportamento associado à genética molecular. Isto permite que, progressivamente, possamos avançar na identificação de genes capazes de modular certos comportamentos, e de entender como estes genes interagem com o ambiente na formação de traços normais e patológicos da personalidade humana.

O impacto dessa área de conhecimento na Psicologia é tremendo. Estamos vivendo uma verdadeira revolução no entendimento das causas do comportamento. No entanto, a Psicologia, particularmente aqui no Brasil, parece desconhecer estes avanços. Um conjunto de premissas teóricas e metodológicas que podemos chamar de “modelo padrão de causalidade do desenvolvimento da personalidade” exerce um efeito profundo sobre a população leiga e, infelizmente, na maioria dos profissionais em psicologia. A expressão “efeito paradigma” cunhada pelo cientista social Joel Barker aplica-se neste caso- o paradigma tradicional filtra a percepção de modo a impedir a emergência de um novo paradigma.

Comportamento e genética
A história da rejeição dos achados da genética tem um ponto importante nas idéias nazistas. O azismo tentou usar a genética para amparar sua teoria da superioridade ariana, considerando como seres inferiores os negros, ciganos, eslavos, retardados e deformados, justificando assim o seu envio para campos de extermínio. É desnecessário comentar que essa interpretação é pura fantasia de mentes doentias e não tem qualquer embasamento científico.
A psicologia americana na época da segunda guerra mundial era radicalmente ambientalista, e em função da associação “nazismo-genética” afastou-se ainda mais dessa ciência. Admitir diferenças genéticas entre João e Pedro em habilidades cognitivas, por exemplo, seria aceitar os pressupostos que justificariam o fascismo e o racismo. Até hoje encontramos essa concepção no meio acadêmico de esquerda da Psicologia. Apesar de partilhar da preocupação em rechaçar ideologias de extrema direita, acredito que não é mais possível sustentar este tipo de crítica à genética pois é baseada em um equívoco grosseiro.

Uma outra concepção que afasta as pessoas do reconhecimento das contribuições da genética comportamental é a posição já ultrapassada do “determinismo genético”, combinada ao que é referido na literatura (Rachels, 1991) como “falácia naturalista”. O “determinismo genético” postula que certos aspectos nossa personalidade e nosso comportamento seriam definidos por nossos genes, de modo inescapável. Essa posição está completamente ultrapassada, sabemos hoje que todo comportamento depende, em maior ou menor grau, de fatores genéticos e de fatores ambientais, interagindo de maneira extremamente complexa.

A palavra determinação é equivocada, e deve ser substituída por expressões como tendências, propensões ou influências genéticas. Os genes definem tendências, mas são as experiências individuais que, sempre, as modulam. Qualquer gene precisa, para haver a chamada expressão adequada, de determinadas circunstâncias externas, sejam bioquímicas, físicas ou fisiológicas. A pergunta clássica “este comportamento é herdado ou adquirido pela experiência?” perde completamente o sentido, dando lugar à difícil questão “como é que os genes interagem com o ambiente na produção deste comportamento?.”

A “falácia naturalista” (Rachels, 1991) é outra noção perigosa, mas espantosamente difundida. Refere-se a um equívoco na interpretação da teoria de evolução, estendendo-se a qualquer característica que seja diretamente influenciada pelos genes. Refere-se ao salto entre aquilo que “é” para o que “deve ser”. Ou seja, cair na “falácia naturalista” é concluir que, se nossa espécie apresenta uma característica comportamental com modulação genética (aquilo que é), então esse seria o padrão “natural” ou “correto” de conduta (aquilo que deve ser). Em um exemplo, se as pesquisas demonstram uma forte tendência masculina para a infidelidade conjugal (Buss, 1994), e admitindo-se uma base genética para esta diferença sexual, não poderíamos sustentar a inevitabilidade da traição masculina, uma vez que é o comportamento “natural”?

Darwin concebeu a seleção natural como um processo mecânico, sem planejamento antecipado e sem qualquer implicação moral. O certo ou errado, no sentido daquilo que deveria ser, não pode ser deduzido a partir da teoria darwiniana, embora esta teoria possa nos dizer como evoluiram nossos sentimentos morais. Portanto, a tentativa de atribuir valores morais a um comportamento pelo fato dele ter sido selecionado não tem qualquer sentido. A propensão genética para a infidelidade não a torna inevitável (os homens podem perfeitamente controlar este impulso) ou moralmente aceitável. O mesmo raciocínio vale para qualquer tendência com componentes genéticos –não tem qualquer sentido justificar eticamente um padrão de comportamento argumentando que este é o “natural”, pois outros critérios devem ser usados para avaliar as conseqüências de nossos atos.

Herdabilidade e determinismo genético
Para compreender as contribuições da Genética Comportamental para a Psicologia é necessário discorrer um pouco sobre um conceito importante desta disciplina, mas que freqüentemente é mal interpretado: a herdabilidade (heritability). Herdabilidade é uma medida estatística que é expressa como um percentual. Essa percentual representa, em última análise, a extensão em que os fatores genéticos contribuem para variações, em um dado traço, entre os membros de uma população.
Se afirmamos que um traço é 50% herdado, isto tem que ser entendido como afirmar que metade da variância naquele traço está ligado à hereditariedade. Herdabilidade é um modo de explicar as diferenças entre as pessoas. No entanto, isso significa que a influência dos genes em um determinado traço será elevada se a herdabilidade também for alta.

É evidente que a quantificação da influência dos genes em um dado traço não implica no “determinismo genético”. Biologia não é destino, e os recentes estudos em genética comportamental na verdade confirmam a importância dos fatores ambientais. Mesmo uma característica fortemente hereditária como a fenilcetonúria pode ter a sua expressão fenotípica modulada de modo decisivo pelo ambiente. Alterações nutricionais podem permitir uma vida normal aos portadores destes genes -mas que sem essas mudanças da dieta certamente desenvolveriam o problema.

Na realidade, o percentual de herdabilidade não é algo fixo, estático. O conceito só adquire seu significado se partirmos do pressuposto de que os fatores ambientais ocorrem de modo mais ou menos homogêneo em uma dada população. Na medida em que existe uma influência atípica de algum fator, o meio passa a ser mais responsável, em termos relativos, pelas diferenças observadas entre os sujeitos.

Um outro aspecto importante que ocasiona confusão e mal-entendidos é a chamada influência poligênica. O comportamento não é diretamente influenciado pelos genes, no sentido de uma relação de 1: 1 entre um gene e um comportamento. A maioria das características complexas é modulada pela ação de vários genes, o que também é chamado de influência poligênica. Na realidade, quem produz o comportamento é o cérebro, através do processamento que ocorre em circuitos neurais específicos. Mas são os genes que influem poderosamente no desenho do cérebro, predispondo o organismo a responder aos estímulos de certo modo -com uma preferência por certas classes de estímulos, por exemplo.

Cada célula nervosa expressa genes que, em última análise, governam a síntese de determinadas proteínas. Um circuito neural envolvido com uma forma de comportamento requer normalmente todo um conjunto de proteínas (tanto estruturais como catalíticas) sintetizadas no tempo e lugar certos para reger o desenvolvimento e a função desempenhada pelas células nervosas. E isso tudo é orquestrado pelos genes.

No entanto, apesar de muitas características sofrerem ação poligênica, as vezes um só gene pode ter efeitos decisivos no comportamento. Pesquisas com animais muito simples, como o nematódio C. elegans, a mosca da fruta Drosophila melanogaster e o camundongo Mus musculus revelam a importância de genes específicos no comportamento. Mesmo em animais complexos um único gene pode ser significativo. Em humanos, na doença de Huntington, um gene sintetiza uma proteína grande, também chamada Huntington, e como resultado ocorrem perdas de neurônios colinérgicos e GABAérgicos (que promovem a neurotransmissão através da acetilcolina e ácido ?-aminobutírico) entre outros efeitos. Ou seja, um único gene pode ter um efeito devastador no comportamento, dependendo das conseqüências específicas de sua ação.

Gêmeos e comportamento
Mas será que um comportamento complexo como o envolvido com o divórcio, para citar um exemplo curioso e polêmico, poderia ser influenciado pelos genes? Se uma característica, como a inclinação ao divórcio, é realmente influenciada pelos genes, podemos prever o seguinte: se um gêmeo idêntico se divorcia, a chance do outro se divorciar seria grande também, pois os mesmos genes estariam em ação. Os gêmeos fraternos não apresentariam essa correlação de modo tão intenso, pois partilham metade dos genes.
A correlação entre adotados no mesmo lar pode ser um instrumento útil para verificar o peso do ambiente durante a infância no produto final, a personalidade adulta. Seria esperado, dentro da teoria da causalidade tradicional do desenvolvimento da personalidade, encontrar pelo menos algumas influências em comum pelo fato destas crianças dividirem o ambiente familiar, que é semelhante pelo menos alguns parâmetros como a personalidade dos pais, nível social, econômico e cultural, sistema religioso, etc. É evidente que ser criado no mesmo lar não quer dizer que os estímulos que incidiram na criança em desenvolvimento foram os mesmos. No entanto, a previsão da teoria tradicional é que, já que o ambiente apresenta semelhanças, haveria correlação moderada entre as crianças adotadas.

A correlação entre testes de personalidade e de Q.I. entre adultos que quando crianças foram adotados e criados no mesmo lar é zero (Ploomin, 1990). Ou seja, em outras palavras o ambiente compartilhado durante a criação no mesmo lar não teve nenhum efeito detectável em testes de personalidade ou Q. I. na fase adulta. É importante salientar que estes estudos surpreendem até mesmo os geneticistas comportamentais, que muitas vezes esperavam encontrar substrato empírico para fundamentar a teoria da causalidade tradicional, uma tradição de pensamento que também fez parte de sua formação.

MgGue e Lykken (1992), em outro exemplo curioso, verificaram que, se você tem um gêmeo idêntico que se divorcia, suas chances de se divorciar são seis vezes maiores do que seriam se seu irmão, por exemplo, não tivesse passado pela experiência do divorciar-se. Bem, se você tem um irmão gêmeo fraterno (não idêntico) divorciado suas chances caem para apenas duas vezes mais. A idade dos sujeitos variava entre 34 a 53 anos.

Em um artigo consistente sobre este tema, Jockin, Mcgue & Likken (1996, p. 296) concluiram que a personalidade prediz o risco do divórcio e, mais específicamente, “ isso ocorre em grande parte por causa da genética mais do que pelas influências do meio de que eles compartilham”.

Será que podemos concluir que o divórcio é hereditário? Sim e não. Sim, pois podemos interpretar adequadamente essa afirmação. A hereditariedade é um fator que tem valor preditivo quanto à probabilidade de divórcio (MgGue e Lykken, 1992; Jockin, Mcgue & Likken, 1996). Não, pois não estamos falando de um gene específico para o divórcio. Trata-se de uma correlação, e sabemos que correlações não envolvem, necessariamente, conecções causais. Uma terceira variável, como o nível de testosterona (em homens), pode causar o impulso pela dominância, comportamentos antisociais e criminalidade violenta e, talvez como um subproduto de outras tendências, a propensão ao divórcio (Mazur & Booth, 1998).

Esse aspecto dos traços herdados que tem como subproduto outros traços é uma das sutilezas do processo da interação gene-ambiente. Outra sutileza é a chamada “covariação gene-ambiente”. As vezes, uma determinada característica é gerada por eventos ambientais que estão correlacionados aos genes. Deste modo, aparentemente a característica se relaciona aos eventos ambientais, mas na verdade é produto de uma covariação.

A título ilustrativo, sabemos que a composição dos tipos de fibras musculares (lentas ou rápidas) das pernas é fortemente relacionada à herança genética. Isso coloca os portadores de uma maior proporção de fibras rápidas, desde cedo, em posição vantajosa quanto à disputas em corridas curtas, de velocidade. Eles passam a receber treinamento e atenção diferencial, e o sucesso retroalimenta os estímulos ambientais que os impulsiona a adquirir maior velocidade nas quadras. Assim, freqüentemente as propensões genéticas interatuam de forma complexa com os eventos da vida, dificultando a compreensão das relações causais.


A importância da criação
Mas que dizer da importância relativa da criação, o fator causal mais popular (tanto em nível de senso comum como em profissionais de psicologia) para explicar a personalidade de um sujeito adulto? Um adulto não se torna agressivo devido a forma como é criado pelos pais? A infância não é um período de molde, vital para a estruturação da personalidade adulta, e os pais não são a mais importante fonte de estímulos para o desenvolvimento?
Na realidade, existem evidências sólidas em estudos de grande escala, metodologicamente convincentes, de que os genes influenciam a personalidade adulta. Surpreendentemente, o mesmo não é verdadeiro para a hipótese do papel preponderante da criação pelos pais. Uma revisão crítica da literatura mostra pouca evidência conclusiva quanto ao ponto de vista de que eventos específicos do período de infância são os verdadeiros responsáveis pela arquitetura da personalidade adulta (Seligman, 1995; Harris, 1998; Bouchard & McGue, 1990; Dunn & Ploomin, 1990; Ploomin, 1990; Ploomin & Bergeman, 1991; Heath, Eaves & Martin, 1988; Plomin & McClearn, 1993).

É necessário salientar que uma das mais importantes fontes de evidência para a “hipótese da criação” (Harris,1998) -os estudos de continuidade entre a infância e a idade adulta –são, em sua esmagadora maioria correlações entre essas duas variáveis. A possibilidade de que uma terceira variável, como a influência dos genes dos pais, tenha relação causal com a estrutura da personalidade adulta, simplesmente não é testada ou refutada.
Exemplos desta falha metodológica são abundantes, como a correlação entre forma de tratamento que a mãe dá ao seu filho e a criminalidade mais tarde na vida adulta (Stattin & Klackenberg-Larsson, 1990) ou então a suposta ligação entre traumas infantis e tentativas de suicídio na idade adulta (Kolk, Perry & Herman, 1991). Como poderíamos saber ou mesmo descartar a influência dos genes nestas manifestações comportamentais?

Em um estudo feito na Dinamarca, um país onde as adoções e também os registros criminais são feitos meticulosamente, todos os meninos adotados em Copenhage em 1953 foram acompanhados (Mednick e Christiansen, 1977). Descobriu-se com base nos registros criminais dos pais (biológicos e adotivos) e dos filhos quando adultos que somente cerca de 11-12% destes cometia crimes se o pai biológico, doador de 50% dos genes, nunca houvesse cometido um crime. Isso tanto para crianças adotadas pôr pais adotivos criminosos ou não. Ou seja, não houve diferença significativa na criminalidade pela influência de ser criado por um pai adotivo criminoso.

Mas a complexidade das interações gene-ambiente se evidenciam quando observamos o restante dos dados obtidos neste estudo. Se a criança adotada tinha um pai biológico criminoso, e portanto tinha alta chance de apresentar genes relacionados à modulação deste comportamento, quase o dobro apresentava criminalidade (cerca de 22%). O pai natural não tinha contato com a criança desde os seis meses de idade. No entanto, talvez como resultado de fatores epigenéticos os filhos de pais criminosos adotados pôr pais também criminosos tinham uma incidência de 36% de crime- o que mostra uma influência reforçadora do meio nesse aspecto particular, mas em interação com os genes.

No entanto, de modo geral podemos dizer que, se de um lado temos pouca evidência convincente sobre a influência de eventos atribuíveis às interações com os pais durante a infância na personalidade adulta, por outro temos estudos apontando que gêmeos idênticos são muito mais semelhantes um com o outro quando adultos do que gêmeos fraternos criados juntos- e isso acontece mesmo que os gêmeos idênticos sejam criados em continentes diferentes, experienciando culturas diversas, diferentes sistemas religiosos, estrutura social, tipo de alimentação e outros fatores ambientais! Essas semelhanças foram verificadas em características como habilidades e deficiências cognitivas, depressão, raiva, bem estar subjetivo, otimismo, pessimismo e mesmo traços como religiosidade, autoritarismo, satisfação no trabalho e muitos outros (Seligman, 1995; Harris, 1998; Bouchard & McGue, 1990; Dunn & Ploomin, 1990; Ploomin, 1990; Ploomin & Bergeman, 1991; Heath, Eaves & Martin, 1988; Plomin & McClearn, 1993).

Como argumento adicional, foi possível observar que os filhos adotados não crescem com personalidade semelhante aos seus pais adotivos; na verdade, são muito mais parecidos com seus pais biológicos, embora muitas vezes não tenham sequer os conhecido!

É evidente que os fatores não genéticos são muito importantes, e é justamente a genética comportamental que oferece substrato a essa afirmação. Mas, novamente, um exame desapaixonado das evidências aponta conexões causais diferentes do senso comum. É importante lembrar que as influências ambientais, ou não genéticas, incluem fatores que incidem desde a concepção até o nascimento (influências fetais de níveis hormonais por exemplo) e a totalidade dos estímulos do meio durante o desenvolvimento da pessoa após o nascimento.

Se o que estamos procurando é um período “modelar” no desenvolvimento, e um conjunto de fatores que possam prever e explicar o padrão de comportamento de um sujeito adulto, não parece existir muita base racional para acreditar na noção de que a forma de criação pelos pais desenhe decisivamente a personalidade. Podemos encontrar fatores causais de maior poder preditivo olhando para o DNA e para os grupos de referência com os quais a criança interage. Harris (1998) por exemplo dedica seu livro “The nurture assumption” (já publicado em português) a refutar esse exagero do papel causal dos pais em contraste com um “pacote” de estimulação ambiental extremamente negligenciado mas muito mais influente na formação da personalidade, e que não se passa somente na primeira infância: a socialização dos filhos a partir de seu grupo de amigos.

O argumento de Harris (1998) envolve uma compreensão mais sofisticada do tipo de ambiente psicológico para o qual nossa mente teria sido preparada para lidar. Normalmente uma das premissas implícitas presentes no raciocício dos teóricos do desenvolvimento e da personalidade é a consideração de que os pais são nossa principal fonte de estímulos, na principal idade de moldagem da personalidade. Através de uma ampla revisão em estudos etológicos, primatologia comparativa, experimentos em psicologia social, dados etnográficos de sociedades caçadoras coletoras e estudos com bebês humanos podemos concluir que na verdade as crianças não foram projetadas para aprender e imitar os pais, mas sim as outras crianças, particularmente as mais velhas. Segundo Harris (1998) é isto que aconteceu em nosso passado evolucionário, e provavelmente o cérebro humano está configurado para processar informação específica do meio social, buscando a inserção do sujeito nas complexas hierarquias de dominância características de nossa espécie. Em outras palavras, a informação assimilada através da socialização pela interação com crianças seria prioritária e mais influente (pelo menos na formação da personalidade do adulto) do que a informação adquirida através das interações com os pais em um período limitado da infância. E o período de moldagem seria portanto mais extenso, incluindo aspectos importantes como os grupos de referência na adolescência.

Conclusão
Em síntese, o que chamei de “modelo padrão de causalidade do desenvolvimento da personalidade” não parece resistir às evidências recentes provenientes de estudos comportamentais metodológicamente adequados e das contribuições da genética comportamental. A genética pode influenciar tremendamente a personalidade, e os estímulos do meio ambiente apontado pela esmagadora maioria das teorias como os mais relevantes para compreender as causas do comportamento adulto, a interação com os pais na infância, podem ser na realidade provenientes de outras fontes até então negligenciadas, como a socialização com outras crianças ao longo da infância e adolescência.
A psicologia enquanto ciência que tem por objeto de estudo o comportamento não pode apegar-se a premissas empiricamente insustentáveis simplesmente por tradição de pensamento com raízes históricamente profundas. Um exame atento da história da evolução das teorias científicas mostra que um novo paradigma demora até ser assimilado, especialmente se revela aspectos anti-intuitivos, que não combinam com nossas formas já estabelecidas de explicar o universo. Uma visão renovada e interdisciplinar certamente será mais produtiva para compreender a complexidade da causalidade do comportamento, mesmo que essas novas premissas sejam assustadoramente antagônicas à nossa compreensão intuitiva.

Referências Bibliográficas
Bouchard, T. & McGue, M. Genetic and Rearing Environmental influences on Adult Personality: An Analysis of Adopted Twins Reared Apart. Journal of Personality 68 (1990): 263-82.
Buss, D. M. The Evolution of Desire: Strategies of Human Mating New York: Basic Books, 1994.

Dunn, J. & Ploomin, R. Separate lives: Why siblings are so different. New York: Basic Books, 1990.

Harris, J. R. The Nurture Assuption. New York: Simon & Schuster, 1998. (Versão traduzida “Diga-me com quem andas”. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.)

Heath A., Eaves, L. & Martin, N. The Genetic Estructure of Personality: III Multivariate Genetic Item Analisys of the EPQ Scales, Personality and individual diferences 12 (1988):877-88.

Jockin, V., Mcgue, M. & Likken, D. T. Personality and divorce: A genetic analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 71, 288-299.
Kolk, V. B., Perry, C. & Herman, J. Chidhood Origens of Self- Destructive Behaviour American Journal Of Psychiatry 148 (1991): 1665-71.

Mazur, A. & Booth, A. Testosterone and dominance in men Behavioral and Brain Sciences 21 (1998): 353-397.
McGue, M. & Likken, D. Genetic influence on the risk of divorce. Psychological Science 3 (1992): 368-73.

Mednick, S. & Cristiansen, K., eds. Biosocial Bases of Criminal Behavior. Nova York: Gardner, 1977, 127-42.

Plomin, R Nature and nurture. And introduction to human behavioral genetics. Pacific Grove, CA: Brooks/Cole,1990.

Plomin, R. & Bergeman, C. The nature of Nurture: Genetic influence on Enviromental Measures. Behavioral and Brain Sciences 14 (1991): 373-427.

Plomin, R. & McClearn, G.E. (Eds) Nature, Nurture and Psychology. American Psychological Association, Washington, D. C., 1993.

Plomin, R., Owen, M. J., & McGuffin, P. The genetic basis of complex human behaviors. Science, 264, (17 de Junho) 1994: 1733- 1739.
Rachels, J. Created from animals: The moral implications of Darwinism New York: Oxford University Press, 1991.

Seligman, M. E. P. What you can change and what you can’t. New York: Knopf, 1994

Stattin, H. & Klackenberg-Larsson, I., The Relationship Between Maternal Attributes in the Early Life of the Child and the Child Future Criminal Behavior Development and Psychopatology 2 (1990): 99-111.

Veja também: Entrevista sobre Genética do Comportamento com Prof. Dr.André Ramos conferida ao Prof. Marco M. Calegaro.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

IMAGENS INPRESSIONANTES





CEREBELO
O cerebelo, com três camadas bem demarcadas e todas suas dobras, é uma das estruturas mais fotogênicas do encéfalo.

HIPOCAMPO
O córtex do hipocampo, envolvido na formação de memórias novas, na navegação espacial e na regulação da resposta ao estresse, é outra estrutura muito fotogênica do cérebro, devido às dobras em forma de cavalo-marinho que lhe valem o nome.

RETINA
A estrutura que nos permite ver se revela ao nosso próprio olhar, com camadas bem organizadas e células espetaculares.

NEURONIOS
São eles as estrelas do cérebro (embora estrelados, mesmo, sejam os astrócitos!). Dendritos, axônios e corpos celulares se exibem aqui às câmeras dos cientistas.

REFLEXÃO DO GLOBO REPORTER SOBRE EMOÇÕES

Diante do perigo o organismo se prepara adequadamente possibilitando a fuga e consequentimente preservando a vida, esse tipo de reação é uma emoção inata. No caso do documentário podemos observar que na luta pela sobrevivencia um rapaz conseguiu nadar uma grande distancia em alto mar e resistir todos perigos presentes, até encontrar socorro, tudo isso movido pelo medo inato.
Uma outra situação de medo, porém programado e não inato, foi o paraquedista , percebe-se que foi uma situação premeditada e houve uma preparação antes da aventura, claro que o medo existiu! porém um medo programado.
Outro fato importante, foi o rapaz que na emoção do afeto, numa tentativa de conquista, alugou o helicoptero e jogou flores na casa da pretendida, numa demonstração de amor onde a emoção presente é o afeto.
Diante das situações abordadas podemos perceber que as emoções tem uma reação tanto psicológicas como física no ser humano.

EDUCAÇÃO DAS EMOÇÕES - POR PROFº FABIANO

Última aula do curso: Comunicação e Educação das Emoções. Empatia e Competência Emocional para melhorar a Comunicação Interpessoal.

VIDEOS DO PROFº FABIANO

Uma luta de vida e morte pelo destino do kung fu e tudo por causa de um relógio roubado numa sinaleira.



Do aprendizado do kung fu ao destino nas ruas. A história de Wong contra os desafios das artes marciais nas ruas de Salvador.


A conclusão da saga de Wong em busca de equilibrar as forças do kung fu na Bahia e no universo tb.

LINGUAGEM CORPORAL

Linguagem Corporal

A maior parte das pessoas concorda que a palavra pronunciada constitui o método usual de comunicação frente a frente. Indubitavelmente, supomos que a comunicação oral é o meio mais eficiente de permutar informação, no entanto, isto depende da capacidade do emissor em expressar a intenção de forma precisa e do receptor em ouvir de modo eficiente, totalmente à parte da compreensão da mensagem.

"Os olhos conversam tanto quanto as línguas que utilizamos, com a vantagem de que o dialeto ocular, embora não precise de dicionário, é entendido no mundo todo". (Ralph Wando Emerson)

De acordo com pesquisas o impacto de uma mensagem sobre o ouvinte está relacionado conforme , de acordo com pesquisas:

07% - palavras ( o que a pessoa diz)
38% - tom de voz, inflexão ( a maneira como fala)
55% - corpo, olhos, mãos, braços, pernas, dedos (expressão e gestos)
Num processo de comunicação há um emissor, um receptor e, um meio, pelo qual a mensagem é propagada. Esse meio ou canal pode ser verbal, corporal e escrito.

Por outro lado, qualquer mensagem, por mais trivial que seja, sofre um processo de perda e dissipação ou, de exacerbação e distorção, dependendo do mundo interno do receptor. Armadilhas é que não faltam.

A brincadeira do telefone sem fio, por exemplo. Uma pequena mensagem transmitida serialmente de boca a boca, por um certo número de indivíduos, vai sofrendo alterações ao longo do percurso, até chegar ao final com sentido bem diferente da origem.

Conclusão: mesmo mensagens simples, em pequeno circuito, sofrem alterações surpreendentes.
Baudelaire dizia: "O mundo gira através dos mal-entendidos."

O administrador, o líder e o executivo não podem ficar alheios à linguagem corporal e ao efeitos que essa linguagem exerce sobre as pessoas com quem entram em contato. O ditado "Uma imagem fala por mil palavras" refere-se à linguagem corporal. Também precisam ficar cientes dos conflitos provocados se o corpo expressa uma atitude que as palavras tentam contradizer.

Falar e compreender a linguagem não verbal de quem se comunica com você é importante pois se for apenas pela informação falada, o processo está incompleto.

Um aviso: sinais relativos ao espaço, às cores e aos gestos corporais variam de acordo com a parte do mundo, com a cultura do país, portanto, devem ser lidos num conjunto, globalmente.

Ex.: O sinal V, usado por Churchill. Com os dedos indicador e médio, na Europa, significa vitória. Na Austrália e Nova Zelândia indica insulto.

Ex.: Se uma pessoa estiver num ponto de ônibus, num dia frio, toda encolhida, provavelmente está com frio e tentando se proteger da temperatura.

Os sinais também refinam-se com a idade. A criança quando mente coloca a mão sobre a boca; o adolescente passa a mão pela boca; e o adulto dá um leve e rápido toque de dedos no nariz.
Além da compreensão dos sinais do corpo, temos também a movimentação do próprio corpo. Cada pessoa tem ao redor de si, como um campo de proteção, um território íntimo. Essa área circular em torno da pessoa varia de acordo com a cultura, região e é medida pela distância entre os corpos.

Ex.: Essa área é menor entre pessoas da cidade, acostumadas com elevadores, congestionamentos, confinamentos do que entre pessoas do campo; ficar próximo do interlocutor é sinal de respeito para o japonês, o que já é contrário ao americano.

Qualquer iniciativa de alguém, sem ter sido autorizado, será visto com invasão. A reação à invasão é variada - pode-se fingir que não foi observada ou pode ser intensa.

Ex.: Num cinema vazio, nos sentimos invadidos se alguém senta do nosso lado ou em cadeiras próximas.

Ex.: Num ônibus lotado ou num elevador, onde o espaço é muito reduzido, as reações freqüentes são:

· Olharmos para um ponto distante, infinito, e não para as pessoas;
· Fazer o possível para agir como se não estivéssemos ali;
· Fazermos leitura de jornal ou revista, parecendo absortos;
· Não demonstrar-mos emoções;
· Pouca movimentação de corpos;
Quanto mais conscientes e atentos estivermos, agiremos de forma mais inteligente. É o que as pesquisas têm demonstrado sempre.

Reforçando: Como num dicionário, as palavras isoladas falam muito pouco, só tendo um sentido de comunicação dentro de uma frase. Também, na linguagem corporal, nenhum gesto deve ser lido isoladamente, pois só terá sentido quando somando aos demais gestos e, juntos, apontarem uma congruência da comunicação corporal.

A seguir uma lista de sinais que pode ser utilizada como um dicionário da linguagem corporal:

Dedos Mãos Aperto de Mão Mão no Rosto
Mãos e Braços Braços Pernas Territórios
Gestos Gerais


Dedos
Contar nos Dedos - pessoa lógica e sensata, separando os fatos na mente ao apresentá-los.
Contar a partir do Polegar - indica uma apresentação forçada.
Contar a partir do Dedo Mínimo - Um meio mais suave de transmitir suas idéias.
Manter os Dedos esticados enquanto conta - pessoa que tem planos bem claros e sabe onde quer chegar com eles.
Apontar um dedo- a pessoa esta afirmando sua autoridae ou ilustrando um fato.
Abanar o dedo- Isto é uma ameaça: ele ou ela, o vê com hostilidae e está lhe passando uma repreensão.

Polegares - indicam força de caráter e personalidade e são utilizados para demonstrar domínio, superioridade ou até agressão.

Ex.: Em minha humilde opinião "(apontando o polegar para o peito)...".
Demonstração de atitude de superioridade
Sinal duplo com atitude negativa ou defensiva (braços cruzados) mais a atitude de superioridade (polegares para cima). Pode ser entendido também como demonstração de autoconfiança (polegares para cima) com os braços cruzados, sensação de proteção.
Mãos
Mãos sobre a mesa -Dedicado aos negócios. Querendo negociar. "Vamos direto ao assunto.
Demonstração de sinceridade e honestidade (braços abertos, mãos abertas e palmas para cima)
Mãos juntas sobre o colo ou estômago - Um gesto de proteção.
Mãos nos quadris - Provocativo ou duro. Entretido ou ansioso para entrar no assunto principal. Esse gesto também pode indicar antagonismo ou desafio.
Mãos nos bolsos - Estar em contato com o próprio corpo. Ter as mãos enfiadas num pequeno vão é reconfortador. Busca de equilíbrio frente a uma possível insegurança.
Aperto de mão
Assumindo o controle - a palma da mão voltada diretamente para o chão
Quando você diz, corporalmente, à outra pessoa, que deseja assumir o controle no encontro que se seguirá. Não é necessário que a palma da mão esteja voltada diretamente para o chão, mas ela deve estar inclinada em relação à palma da mão da outra pessoa.
Desarmando um aperto de mão e assumindo o controle - (segurar as costas da mão próximo ao pulso) Essa atitude pode ser embaraçosa para o dominador, assim deve ser tomada com precaução e discrição.
Concedendo o controle - (palma da mão voltada para cima) Quando você deseja entregar o controle à pessoa ou fazer com que ela sinta que está no comando da situação.
O igual - Aperto de mão firme, com as duas palmas permanecendo na posição vertical, cada uma das pessoas transmitindo sentimento de respeito e harmonia à outra.
Aperto de mão com invasão de território - (uso da mão esquerda segurando o braço)
A mão esquerda de quem toma a iniciativa do aperto de mão representa uma invasão da zona íntima do receptor.

Expectativas positivas
Ex.: Chefe, acabamos de conseguir um grande pedido.
Ex.: O garçom que se aproxima do cliente, após o jantar, esfregando as palmas das mãos e perguntando: "Algo mais, senhor?", está dizendo que está esperando pela gorjeta.
Mãos no rosto
Quando uma pessoa usa um dos gestos de mão no rosto, um pensamento negativo penetrou em sua mente e poderá representar dúvida, falsidade, incerteza, exagero, apreensão ou mentira.
A proteção da boca - Reprimindo as palavras falsas que estão sendo ditas. Este gesto da boca também pode ser representado por dedos colocados sobre a boca ou pela mão fechada, porém com o mesmo significado.
O toque do nariz - Controlando um pensamento negativo ou uma mentira. Pode ser uma ligeira esfregada ou um toque rápido e quase imperceptível. A mentira causa formigamento nos delicados terminais nervosos do nariz, provocando o toque no nariz.
Esfregar o olho - Tentativa de bloquear a falsidade, dúvida ou mentira que vê, ou evitar olhar o rosto da pessoa para quem está contando a mentira. Neste último caso, olha-se para o lado ou para o chão.
Esfregar a orelha - Tentativa do ouvinte de bloquear as palavras ouvidas, colocando a mão ao redor e sobre a orelha. Variações: esfregar a parte de trás da orelha, o dedo indicador puxando o lóbulo da orelha ou dobrando-a para frente.
Tédio (mão apoiando o rosto) - Demonstra falta de interesse, tédio. Quando forem sinais emitidos pelo ouvinte.
Avaliação interessante - A avaliação é demonstrada pela mão fechada sobre a face, mas sem servir de apoio para a cabeça, mas o dedo indicador apontado para cima.
Tomada de decisão - O gesto de esfregar o queixo é um sinal de que o ouvinte está tomando uma decisão.
Mãos e braços
Mão entrelaçadas em posição vertical - Gesto de frustração, retendo uma atitude negativa. Demonstra, pela posição elevada das mãos, uma certa intensidade de humor negativo.
Mãos entrelaçadas em posição baixa - Retendo uma atitude, porém com menor intensidade do humor negativo do que a figura anterior.
O campanário para cima - Atitude de autoconfiança ou sabe tudo. Este gesto tem duas versões:
1. Posição das mãos para cima: normalmente quando a pessoa está externando idéias ou opiniões e está dirigindo a conversa. Quando a esta posição se junta a posição da cabeça inclinada para trás, a pessoa assume um ar arrogante.
2. Posição das mãos para baixo: normalmente usada quando a pessoa está ouvindo e não falando. As mulheres tendem a usar este gesto com maior freqüência do que os homens.
O gesto de superioridade, confiança - Faz com que a pessoa exponha aos outros seu estômago vulnerável e as regiões do coração e da garganta, numa atitude inconsciente de destemor. Ex.: o policial que está patrulhando, o diretor da escola que caminha pelas dependências do estabelecimento, pelos que estão em posição de superioridade.
O gesto da mão agarrando o pulso - Sinal de frustração e uma tentativa de autocontrole. Quanto mais para cima, nas costas, a mão é levada, mais zangada a pessoa se torna. Pode ser uma tentativa ingênua de disfarçar o nervosismo. Se o gesto de autocontrole é mudado para a posição da palma na palma (vide fig. Anterior), o resultado será uma sensação de calma e confiança.
Braços
Braços cruzados na frente do corpo - Indicam uma variedade de significados, dependendo da situação. Pode ser uma forma de se resguardar, de se proteger ou de mostrar medo, timidez, força ou poder (uma fortaleza). Como também uma pessoa com os braços cruzados pode, simplesmente, ser fria. De uma forma geral demonstra uma posição defensiva.
Mãos fechadas demonstram atitude hostil - Se além dos braços cruzados, a pessoa também fechar as mãos , isso indica uma atitude hostil e defensiva, uma posição de ataque.
Resistência firme - Demonstram uma atitude negativa e de autocontrole. As mãos seguram fortemente os braços, reforçando a posição e detendo qualquer tentativa de descruzar os braços, expondo o corpo.
OBSERVAÇÃO: Pessoas que carregam armas raramente fazem gesto defensivos de braços cruzados, porque a arma já fornece proteção suficiente ao corpo. Os oficiais da polícia que usam revólveres, raramente cruzam os braços, a não ser que estejam de guarda e, neste caso, normalmente usam a posição de mãos fechadas para mostrar muito claramente que ninguém pode passar por onde eles estão.

Pernas
Gesto padrão de pernas cruzadas - Pode indicar uma postura nervosa, reservada ou defensiva. Em geral, é um gesto de apoio que ocorre junto com outros sinais negativos, e não devem ser interpretados isoladamente ou fora do contexto.
Posição americana de perna cruzada - Indica uma postura argumentativa e competitiva, onde se quer discutir o ponto de vista do outro.
Perna cruzada e presa - Sinal de uma pessoa perspicaz obstinada, com uma postura dura e firme, enquanto argumenta ou debate. Sua resistência provavelmente só será quebrada através de uma aproximação especial.
Tornozelo preso - Quando uma pessoa prende seus tornozelos, está mentalmente controlando seus lábios. O gesto tem o sentido de reprimir uma atitude, emoção, nervosismo ou medo.
Inclinar-se para a frente ou recostar-se na cadeira - Aproximar o corpo pode significar um gesto de amizade ou interesse ("Fale-me mais"). Encostar-se na cadeira indica uma diminuição de interesse ("Deixe-me pensar no que você acaba de dizer") ou até de indiferença.
Tenho todas as respostas mas também quero argumentar - O gesto de ambas as mãos atrás da cabeça é típico das pessoas que se sentem confiantes ou superiores. Muitas pessoas ficam irritadas quando alguém se dirige a elas com essa postura. As pernas cruzadas desta figura representam a posição de competição ou de querer argumentar idéias.
O catador de fiapos - Representa a discordância da opiniões ou atitudes de outros, porém a pessoa se sente constrangida em expressar seu ponto de vista. É um sinal de desaprovação e indica que não está gostando do que está sendo dito, mesmo que verbalmente concorde com tudo.
Territórios e demarcações
Esparramar objetos em torno de si - Uma pessoa que coloca pastas, objetos pessoais, sacolas de compras etc, à sua volta, está ampliando seu alcance e tenta ganhar mais território.
Divisão de território sobre a mesa Posição competitiva, defensiva - A mesa funciona como uma barreira sólida de proteção para os dos lados que inconscientemente dividem a mesa em duas metades. Pode comunicar uma posição distante ou independente dos lados. Tendem a rejeitar a invasão do território próprio. Numa mesa de restaurante, duas pessoas competitivas tenderão a demarcar suas fronteiras com o copo, guardanapo, talheres, cinzeiro, etc.
Gestos gerais
Gestos cruzados - De qualquer tipo, braços ou pernas, é sempre um gesto de confinamento, de proteção, um modo de fechar o circuito e bloquear a comunicação.
Gestos vagarosos e deliberados - Essa pessoa está se acalmando, controlando as idéias antes de atacar um ponto com firmeza. É um planejador.
Falta de movimento - Uma pessoa que mantém o corpo imóvel procura se internar em si mesma, esperando que ninguém repare nela, ou também pode estar ouvindo ou planejando silenciosamente. Pode ainda estar cauteloso ou de olho no cargo que você ocupa. Essa pessoa precisa ser olhada com cuidado.
Gestos abertos e fechados - Geralmente os gestos abertos são confiantes, enquanto os fechados indicam corte e retraimento.
Virar de frente e virar de costas - Mesmo que apenas uma parte do corpo, os ombros por exemplo, vire para você, significa que você está sendo incluído na conversa ou na situação. No entanto, se a pessoa lhe voltar as costas, indica exclusão.
Erguer a cabeça - Manter a cabeça erguida é um sinal de interesse, de estar aberto e receptivo à opinião dos outros.
Ilustrar com objetos ou com o corpo - Se alguém usa objetos sobre a mesa para sublinhar alguma coisa que está dizendo, é do tipo expansivo e sabe o que quer, mesmo que tente não se envolver muito. Essas pessoas são realistas, não são sonhadoras. Se usam os dedos e as mãos para ilustrar, estão próximas das idéias, alimentando-as, acalentando-as e tentando tocá-las. Possuem um modo bem pessoal de ver as coisas.
Encostar-se em alguma coisa - Esta pessoa precisa de contato com seu ambiente e sente conforto em estar com outras.
Inclinar-se para frente e encostar-se na cadeira - Aproximar o corpo pode significar um gesto de amizade ou interesse (fale-me mais). Encostar-se na cadeira indica diminuição de interesse (deixe-me pensar no que voce acabou de dizer).
Evitar troca de olhares - As pessoas que reagem desta forma são inseguras de si mesmas e estão com medo de você.

Evolução do Pensamento Sobre a Condição Humana

Três obstáculos epistemológicos para o reconhecimento da subjetividade na psicologia clínica

No presente artigo, obstáculos epistemológicos são concebidos como formas de construção do pensamento presentes na psicologia clínica que não integram a complexidade e as diversas condições dos processos subjetivos. Parte-se de uma breve contextualização do percurso do tema da subjetividade na ciência e na psicologia: de um espaço marginal, quando é vista como oposição à objetividade, a uma posição privilegiada em que é discutida como momento integrante da construção do saber. Contudo, neste momento a psicologia clínica se depara com grandes dificuldades, pois as influências recebidas do paradigma dominante são pouco condizentes com a abordagem da subjetividade. Os obstáculos epistemológicos - como o conhecimento geral e totalitário, as tendências patologizantes e as conclusões apressadas -- são momentos de tais influências que descaracterizam a subjetividade como objeto de estudo e, em conseqüência, opõem-se às exigências necessárias para a abordagem das mesmas. Sendo assim, buscam-se destacar suas principais características e possibilidades de superação de modo que sua retificação aponte novos caminhos para a implantação de uma forma de pensar e investigar coerentes com as condições da subjetividade.