quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ciência do inconsciente


Muitos colocam a questão de como observar o inconsciente. Se a Freud se deve o mérito do termo "inconsciente", pode-se perguntar como foi possível a ele, Freud, ter tido acesso a seu inconsciente para poder ter conseguido verificar seu mecanismo, já que não é justamente o inconsciente que dá as coordenadas da ação do homem na sua vida diária. É nesse sentido que Freud formulou a expressão Psicopatologia da vida cotidiana. Como observá-la senão pelos efeitos inconscientes?

A pergunta por uma causa ou origem pode ser respondida com uma reflexão sobre a eficácia do inconsciente, eficácia que se dá em um processo temporal que não é cronológico, mas lógico. Não é possível abordar diretamente o inconsciente; nós o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas.

Outro ponto a ser levado em conta sobre o inconsciente é que ele introduz na dimensão da consciência uma opacidade. Isto indica um modelo no qual a consciência aparece não como instituidora de significados, mas sim como receptora de toda significação desde o inconsciente. Pode-se perguntar: de que modo o inconsciente poderia estar informado sobre os progressos da investigação psicanalítica a menos que fosse, precisamente, uma consciência?

A Psicanálise, fundada por Freud, é um método de investigação que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.

Trata-se da ciência do inconsciente baseada principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da validade da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se a produções humanas para as quais não se dispõe de associações livres. A Psicanálise é um método psicoterápico baseado nesta investigação e especificado pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do desejo.

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